Por: Elviro Rebouças - Economista e Empresário
A queda forte do preço do petróleo zerou a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel praticados no Brasil e no exterior. A notícia é um alívio para a situação financeira da Petrobras e o governo já cogita não reajustar os combustíveis este ano. Não faz o menor sentido, num cenário como o atual, aumentar não só a gasolina como o diesel. Inclusive essa é a opinião exposta pelo próprio Ministro da Economia Guido Mantega. Ele pondera, no entanto, que a decisão final será tomada após as eleições, pela presidente Dilma, ouvida a diretoria da Petrobrás. O barril de petróleo tipo Brent caiu 4,3%, no último dia 15 de outubro, para US$ 85,04 em Londres, o menor patamar em quatro anos. Desde o fim de 2013, a queda já chega a 23,5%, derrubando também as cotações dos produtos derivados. A defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no golfo do México, que chegou a 20% em fevereiro, desapareceu. Cálculo do Itaú BBA aponta que a gasolina está hoje 5% mais cara que no exterior e o diesel 1%. Duas opiniões pinçamos acerca do assunto, com base técnica: “No cenário atual, não há razão para reajuste dos combustíveis”, disse Paula Kowarsky, analista do Itaú BBA. “Um reajuste seria malvisto, porque vai elevar a inflação à toa”, disse Fábio Silveira, economista da GO Associados. Segundo assessores da presidente Dilma, a queda do preço do petróleo é uma notícia positiva para o governo diante do risco de a inflação estourar o teto da meta, que é de 6,5%, e com sinais claros que poderá acontecer. A Petrobras vinha sofrendo muito com essa diferença de preços local e externo, porque o governo optou por segurar repasses para não pressionar a inflação. Até agora, a estatal era obrigada a importar combustível caro e vender com prejuízo. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras perdeu R$ 2,7 bilhões com essas operações desde novembro de 2013, quando ocorreu o último reajuste da gasolina. Segundo analistas, a forte queda do preço do petróleo é consequência da maior produção do produto nos Estados Unidos e da menor expansão da demanda global desde 2009. A Opep, que reúne os países produtores de petróleo, resiste em cortar a produção, apesar dos pedidos da Venezuela. A Arábia Saudita e outros países creem que a queda dos preços é passageira.
Além disso, os investidores estão se antecipando ao aumento de juros nos EUA e saindo das commodities.
MINÉRIO DE FERRO
Os preços do minério de ferro também recuaram. A tonelada saiu de US$ 120 no início do ano para US$ 80.Segundo José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos da Vale, houve um forte aumento de produção dos concorrentes na Austrália.Ele diz que as cotações devem se recuperar, mas não voltarão ao patamar anterior. É uma má notícia para a balança comercial brasileira, já que somos o maior produtor mundial.”A única saída para o Brasil não perder divisas é desengavetar projetos, que estão travados por restrições ambientais”, diz Martins.
CRESCIMENTO DO PIB em 2014
Hoje já não há mais controvérsia, o crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil, ao ano inteiro de 2014, não vai ultrapassar a ínfimos 0,20%. Convergem para o mísero pibinho os cálculos do FMI, da União Européia, das agências de risco de todo o mundo, o boletim Focus do Banco Central. É um dos mais baixos crescimentos em mais de uma década. E pensar que o Ministro Mantega, praticamente já descartado do cargo da Fazenda, previa, no começo do ano, um imponente crescimento de 4,5%, é dizer que é cálculo de padaria.
SEGUNDO TURNO PRESIDENCIAL
O senador Aécio Neves e a Presidente Dilma Rousseff, empatados tecnicamente nas pesquisas, travam uma batalha dilacerante neste segundo turno. É a desconstrução de imagem que vai sobrando, e as propostas verdadeiras desaparecem, causando um desânimo aos que esperam um Brasil melhor. Aliás, digamos a bem da verdade, nunca vimos uma eleição com tanto desânimo por parte do eleitorado, desde o primeiro turno. De Natal a Luiz Gomes, de Mossoró a Canguaretama, de Areia Branca a Alexandria, do Oipoque ao Chui, o eleitor cansou de delegar representatividade a quem não a exerce construtivamente. O povo já mostrou que mudou. Cabe aos políticos entenderem logo isto. Você, meu leitor, o que acha?

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