O impasse jurídico que levou a Argentina à situação de ‘calote técnico’ poderá afetar ainda mais o comércio bilateral com o Brasil, que já estava em queda, segundo analistas argentinos, europeus e brasileiros. Há consenso de que tal decesso dos hermanos trará graves conseqüências subsidiárias à (já combalida) economia brasileira, que vive, internamente a perspectiva negativa de um crescimento para este ano de 2014 de um PIBINHO de apenas 0,6%, apesar do Dr. Guido Mantega, já longevo desde que sentou no Ministério da Economia, no início do ano pregar coisa próxima a 4,5 ou até 5% (cinco por cento) de crescimento econômico , e ainda hoje , todo prosa, esteja a qualquer hora, nos jornais e na televisão, assuntando um quadro irreal e sugerindo um crescimento de ficção, já não sendo mais levado em consideração pela grande imprensa especializada do planeta, a ponto de Financial Times , New York Times, The Washington Post e The Economist, sugerirem sua saída do cargo. A Presidente Dilma Rouseff, sua correligionária, quando indagada, foge da resposta, mas deixa sentir que, se reeleita, o ítalo-brasileiro (genovês) Mantega não fará parte do seu provável segundo governo. A nova situação portenha ocorre por problemas internos da Argentina que poderiam ser intensificados, como o aprofundamento do quadro recessivo, queda das importações e a limitação de dólares e crédito para financiamento de compras do exterior. O governo argentino, à frente a despreparada e aturdida Cristina Kirchner, viúva e herdeira no cargo de Nestor, anunciou na quarta-feira que não havia fechado acordo com os chamados ‘fundos abutres’, que recusaram a renegociação da dívida do país e cobram pagamentos no valor de US$ 1,3 bilhão. A Argentina tem aproximados 43 milhões de habitantes, um PIB beirando US$.760 bilhões para este ano (menos de 35% da previsão para o Brasil),a inflação deverá ultrapassar os 25% no ano, mas com um IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – apreciável de 0,81, 49º do mundo,bem acima do nosso, também sendo um expoente cultural no nosso continente, com o poeta, contista e ensaísta Jorge Luiz Borges o grande nome nas letras mundiais. É o segundo calote argentino só nos últimos 13 anos. O país vizinho tem uma péssima fama na especialidade de default (omissão) com os seus compromissos financeiros junto à comunidade internacional, portanto o seu passado é denunciador da sua falta de atenção para com as finanças públicas.Com a queda da atividade brasileira e restrições impostas pela Argentina a importações, o ano já era complicado na relação bilateral, O Brasil é o principal sócio comercial da Argentina e os sucessores de Juan Domingo Péron são o terceiro parceiro comercial brasileiro.De janeiro a junho deste ano, as exportações brasileiras para a Argentina caíram 21% frente ao mesmo período de 2013, segundo dados da consultoria Abeceb, de Buenos Aires, postada quarta-feira, dia 30 de julho .As vendas da Argentina para o Brasil também caíram. O comércio bilateral registrou cerca de US$ 14 bilhões no primeiro semestre. O recuo estaria relacionado à demasiada desaceleração da economia brasileira e ao quadro recessivo na Argentina.Em termos anuais, dependendo do ritmo daqui para frente, o montante de negócios poderá ficar abaixo dos US$ 36 bilhões registrados no ano passado, um dos melhores no histórico bilateral.Efeitos do calote Argentino -Nesse contexto, não há consenso, entre os analistas ouvidos pela BBC Brasil, sobre o quanto o calote argentino poderia intensificar esses fatores negativos.
GOVERNO CENTRAL APROFUNDA DÉFICITS -
Em junho, o déficit primário foi de R$ 1,94 bilhão. O governo central – que reúne Tesouro Nacional, Previdência Nacional e Banco Central – registrou no acumulado de janeiro a junho, um superávit primário de R$ 17,23 bilhões – uma queda de 50,1% na comparação com os R$ 34,55 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. É o pior resultado do primeiro semestre desde 2000. No primeiro semestre daquele ano, o governo central economizou R$ 15,43 bilhões, segundo os dados do Tesouro.
O Tesouro Nacional destacou que, no primeiro semestre, as despesas do governo central cresceram 10,6% na comparação com o mesmo período de 2013. Enquanto isso, as receitas aumentaram 7,2%.Em junho, o déficit primário foi de R$ 1,94 bilhão. Isso significa que o governo gastou mais do que arrecadou e não conseguiu economizar para pagar juros da dívida pública no mês passado. Em junho de 2013, o governo central havia registrado superávit primário de R$ 1,28 bilhão.
O governo fixou a meta de superávit primário para o setor público consolidado (que inclui União, governos regionais e empresas estatais) em R$ 99 bilhões ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Desse total, o governo central deve cumprir um esforço fiscal de 1,55% e os governos regionais, de 0,35%.O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que a expectativa do governo é de uma melhora da atividade econômica e, conseqüentemente, da arrecadação no segundo semestre deste ano. Poderíamos dizer, meu caro leitor de Natal ou São Miguel, de Areia Branca ou Caraúbas, de Assu ou Mossoró, de Caicó ou Monte Alegre, de Serra Negra do Norte ou Icapuí-CE (de onde também tenho recebido e-mails de leitores).

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