Livraria Independência

Independencia banner
O vereador e cantor Júnior Grafith (à direita) rebate críticas e emite nota sobre o caso

Porta-voz de Natal em vídeo produzido pelo Ministério dos Esportes para divulgar a cidade durante a Copa do Mundo e escalada para fechar a programação da Fan Fest na Praia do Forte, a Banda Grafith foi envolvida em uma celeuma que extrapola o campo da música. Supostamente acusada de incitar a violência entre o público, a banda está no centro de um debate levantado no início desta semana por vereadores de Mossoró, onde os parlamentares cogitam formalizar recomendação para que a Prefeitura não mais contrate o grupo natalense para eventos financiados com recursos públicos.

O assunto veio à tona após o incidente registrado no último sábado (21), durante show dos irmãos Kaká, Carlinhos, Joãozinho e Júnior no evento Mossoró Cidade Junina para cerca de 100 mil pessoas, quando uma confusão generalizada transformou a praça de eventos em uma arena de gladiadores.

Segundo informações publicadas em blogs de Mossoró, o Hospital Regional Tarcísio Maia atendeu pelo menos “100 pacientes que estavam na Estação das Artes e foram vítimas das brigas durante o show da Grafith” na madrugada de sábado (21) para domingo (22).  

A cena mostra nitidamente uma verdadeira onda de pancadaria e arremesso de garrafas, latas, cadeiras e mesas, foi testemunhada pelo vereador mossoroense Jório Nogueira (PSD), que juntamente com outros vereadores tocou no assunto durante sessão realizada terça-feira (24) na Câmara Municipal de Mossoró. A resposta do grupo veio no dia seguinte, com nota de repúdio assinada por Júnior Grafith, vocalista e vereador pelo PRB em Natal – no texto, lido em plenário na Câmara de Natal, o artista e político repudia o que chama de “atitude de censura e discriminação de alguns vereadores de Mossoró ao artista potiguar”.

Para Jório, a banda fez o papel dela ao cumprir o contrato para tocar durante o evento. “Não queremos penalizar a Banda Grafith, e sim avaliar o comportamento do público. Tivemos vários shows naquela noite (dia 21), Zé Ramalho se apresentou antes deles (do Grafith) e estava tudo tranquilo. A briga começou quando eles começaram a cantar”, verificou o vereador Jório Nogueira, que confessou gostar do som do Grafith. “A banda não pode se ausentar, continuar o show como se nada estivesse acontecendo. Eles têm um grande público, são grandes profissionais, e precisam pregar o amor e a paz. Em nenhum momento vi a banda avisar que iria parar o show caso a briga não parasse  acabasse parasse”.

Nogueira reforçou que o poder público tem responsabilidade no episódio “ao não mobilizar segurança” compatível com a dimensão do evento: “A guarda municipal fez sua parte, mas nós sabemos como está complicada a questão da segurança aqui no RN”, critica.

O vereador mossoroense afirmou que, “até o presente momento”, não há um projeto de lei proibindo futuras contratações da Banda Grafith pela Prefeitura de Mossoró. “O que há é uma recomendação para, quando a banda vier tocar de novo por aqui, que se pense em reforçar a segurança do público”.

De acordo com Jório, o tema foi levantado pelo vereador Genivan Vale (PROS) e também defendido pela vereadora Izabel Montenegro (PMDB). “Não estou sabendo direito desse assunto, nem falei em Banda Grafith ou Mossoró Cidade Junina para colocarem minha foto em uma matéria sobre esse debate”, defendeu-se a vereadora Izabel Montenegro, citada na nota de repúdio de Júnior Grafith como autora da proposição. “Melhor ligar para (os vereadores) Genivan (Vale) e Lairinho (Rosado)”, disse a parlamentar por telefone ao VIVER, que tentou contato com ambos sem êxito.

O Bode

Conhecida por apostar no gênero “Arrocha”, letras de duplo sentido e coreografias sensuais, a Banda Grafith completa 26 anos de estrada agora em 2014. A má fama do grupo em instigar brigas na plateia começou em meados dos anos 1990, quando estouraram nas paradas com a música “O Bode”, do baiano Carlinhos Brown – ninguém sabe ao certo o que leva os fãs a, de repente, se digladiarem durante essa música; mas é fato que a pancadaria virou uma espécie de ‘tradição’, a ponto da canção deixar de ser executada para evitar tumulto.

Confira a Nota:

A nota de repúdio assinada por Júnior Grafith esclarece que “segundo dados oficiais, em Mossoró, até a data do show da Banda Grafith, já teriam ocorridos quase 90 homicídios (de janeiro a junho). A pergunta que fica: seria a banda a responsável por esses homicídios mesmo sem ter se apresentado na cidade no período? Logo percebemos que a questão é mais profunda. Isso é questão de segurança pública”. O vocalista e político lembra que “a Banda Grafith arrasta milhares pessoas todos os anos no Carnaval de Macau e o índice de criminalidade não aumentou com nossa presença”. Leia a íntegra da nota de repúdio na TN online.

Tribuna do Norte

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem

ESCRITA