Nada de conversa ou troca de favores. A situação de oposição entre a governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, do DEM, e o vice, Robinson Faria, do PSD, foi ressaltada em matéria publicada pelo jornal O Globo, neste domingo (2). Destacando os gastos com os vices – que superam R$ 63 milhões neste ano – a edição mostra um caso diferente no Rio Grande do Norte, onde Rosalba e Robinson estão rompidos desde 2011 – primeiro ano da gestão do DEM no Estado.
Robinson Faria rompeu com Rosalba no início do mandato e recentemente anunciou sua pré-candidatura ao Governo (Foto: Wellington Rocha)
“No Rio Grande do Norte, há um caso ainda mais escabroso que também tem o PSD como pivô do rompimento entre a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o vice Robinson Faria (PSD). Ambos sequer conversam. Quando se encontram em eventos públicos, o máximo de contato é um aperto de mãos. Faria não é convidado para os eventos do governo e, prova da guerra declarada entre os dois, o vice ficou de fora da distribuição dos carros oficiais comprados recentemente para todo o primeiro escalão do governo. Rosalba evita viagens longas para que o vice não assuma o comando do estado. Em 2012, ela foi a única governadora do Nordeste a não participar de um evento do Banco Mundial em Washington para não entregar a cadeira ao substituto”, apontou O Globo.
Rosalba e Robinson romperam ainda no início do ano. O vice, que ocupava a Secretaria de Recursos Hídricos, afirmou que estava sem espaço na administração Democrata. Pouco tempo depois, inclusive, Robinson se tornou um dos maiores opositores da gestão do DEM e, neste ano, confirmou ser pré-candidato ao Governo do Estado na eleição de 2014.
Se os vices já gastaram mais de R$ 63 milhões, o portalnoar.com, baseado em informações repassadas pelo Portal da Transparência, mostra que o consumo de verbas públicas por parte do gabinete de Robinson Faria foi bem menor neste ano. Até o final de maio, foram pouco mais de R$ 1 milhão gastos. Menos que as despesas já registradas por outros órgãos, como o “Departamento Estadual de Imprensa” (R$ 1,42 milhão) e Secretaria de Assuntos Fundiários (R$ 1,44 milhão).
Segundo a matéria do O Globo, o cargo de vice “costuma ter função figurativa na maioria das gestões públicas, entretanto, os gastos que envolvem os gabinetes de vice-governadores no país estão longe de serem desprezíveis”. Além disso, teriam custado este ano mais do que o novo ministério da presidente Dilma Rousseff, o da Micro e Pequena Empresa, entregue ao vice-governador paulista, Guilherme Afif Domingos (PSD). A nomeação dele abriu um debate político sobre a relevância dos vices nos estados, uma vez que Afif assumiu a pasta sem se licenciar do mandato em São Paulo.
Um levantamento feito pelo jornal nas vice-governadorias na semana passada mostra um cenário intrigante. Há gabinetes com número de funcionários maior que o de um ministério ou da Vice-Presidência da República, vices que ganham quase o mesmo salário do vice-presidente Michel Temer (PMDB), e Afif não é o único número dois de um estado envolvido em um caso polêmico de acúmulo de cargos.
No Piauí, Antonio José de Moraes Souza Filho (PMDB) acumula, desde 2011, o cargo de vice com um outro numa entidade privada. Ele foi eleito presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiepi) quando já era vice-governador. Souza Filho foi procurado pelo GLOBO, mas não se manifestou sobre o assunto.
Fonte: Portalnoar
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