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11 nov
Vereador eleito Alex Moacir tomou o “Cafezinho com César Santos” (Foto: Gildo Bento)

Com 4.701 votos, Alex Moacir (PMDB) conquistou além do mandato na Câmara Municipal de Mossoró, a marca de vereador com a melhor votação de toda a história. Para ele, foi o reconhecimento ao trabalho que realizou durante sete anos no comando da Secretaria de Urbanismo, Trânsito e Transportes. Pode ter sido, também, uma resposta do eleitor ao seu próprio partido, que abriu mão de indicá-lo a vice-prefeito da prefeita eleita Cláudia Regina (DEM). Mas esse é um assunto que ficou para trás e que Alex não comenta mais. Aos 42 anos de idade, o vereador campeão de votos surge como um nome para o futuro. Mas, primeiro, ele quer cumprir o compromisso que firmou com o eleitor, desenvolvendo bem o seu mandato na Câmara Municipal. Na tarde de sexta-feira (9), Alex Moacir tomou o “Cafezinho com César Santos”, quando falou exclusivamente sobre o processo de escolha do futuro presidente da Câmara. Disse que o seu nome está a disposição, mas ressaltou que não é uma ambição sua, nem projeto do momento. A entrevista está bem interessante. Confira:
Conhecidos os 21 vereadores eleitos para a legislatura que começa no dia 1º de janeiro de 2013, imediatamente teve início a disputa pela presidência da Câmara Municipal de Mossoró. O sr. se coloca na lista de candidatos?
O nosso partido, o PMDB, teve uma reunião com os vereadores eleitos para discutir o assunto e ficou claro o interesse de disputar o cargo de presidente da Câmara. Qualquer um dos nomes eleitos pode ser o escolhido, Claudionor dos Santos, Izabel Montenegro ou Alex Moacir. É um consenso dentro do partido. Agora, é preciso ampliar o diálogo com o grupo do qual o PMDB faz parte. Vamos ouvir a nossa prefeita eleita Cláudia Regina (DEM), a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e os outros líderes do grupo. Nós vamos avaliar os nomes para escolher o que reúne condições de vencer a disputa. Pode ser do PMDB, do DEM ou de qualquer outro partido que faz parte da nossa base política. Observe que a coligação da prefeita Cláudia elegeu 12 vereadores. Todos reúnem condições de ser o candidato. Então, quero dizer que o meu nome está a disposição do partido e do grupo.
Mas ser presidente da Câmara faz parte dos seus objetivos?
A lembrança do meu me faz bem, não posso dizer o contrário, mas assegura que esse não o meu objetivo. Não tenho essa ambição. Queremos cumprir o nosso mandato; corresponder aos anseios dos eleitores que confiaram na nossa candidatura. Essa é a nossa missão, fomos eleitos para representar o povo e assim o faremos. Então, reafirmo, não temos ambição na presidência da Câmara. Mas, claro, estamos a disposição do grupo. Se a prefeita Claúdia entender que o nosso nome é o ideal, aceitaremos o desafio. Mas, repito, não há de minha parte qualquer ambição nesse sentido.
O PMDB, como o sr. disse, decidiu que tem interesse em disputar à presidência da Câmara com nome próprio. O partido definiu os critérios de escolha?
Não um critério pré-definido. Agora, é claro que quem se articular melhor terá maiores chances. É aquela coisa, é preciso se viabilizar para ser o indicado. Penso que o PMDB tem condições de colaborar com esse processo. O partido tem o vereador Claudionor dos Santos, que renovou o mandato e tem a experiência de já ter sido presidente. Tem Izabel Montenegro que está voltado ao legislativo. Já cumpriu mandato, portanto, conhece a Câmara. E tem o meu nome, que está a disposição. É o meu primeiro mandato eletivo, mas digo que já conheço como funciona a Câmara Municipal porque eu interagia bastante quando fui secretário do município. O certo é que o nosso PMDB tem o interesse de fazer o presidente, mas não definiu como escolherá o nome do candidato.

 

A Câmara Municipal de Mossoró nunca iniciou uma legislatura com um vereador de primeira mandato na presidência. É como se fosse uma regra. O sr. não acha que o fato de ser novato dificultará o seu nome?
Não creio nisso, nem acredito que será obstáculo para mim ou para os outros 13 novatos. Não existe uma regra impedindo vereador de primeiro mandato assumir a presidência da Câmara. Penso que todos têm capacidade de administrar a Casa. Posso citar vários nomes de novatos que chegam com experiência na vida pública. O professor Francisco Carlos, que foi secretário da Cidadania nos dois governos da prefeita Fafá, é capacitado. Izabel Montenegro, Tomaz Neto e Luiz Carlos Martins que já foram vereadores e estão voltando, também podem perfeitamente assumir o cargo. Tem o meu nome, com experiência no serviço público, e tantos outros que vão se somar aos atuais vereadores que foram reeleitos. Então, acho que na hora de definir o presidente, essa questão de primeiro mandato não será levada em consideração.
O próximo presidente vai ter que administrar uma Casa “inchada” com oito novos gabinetes, o que evidentemente provocará o aumento considerável das despesas. Isso vai mexer com a estrutura financeira da Câmara. O sr. não acha que esse novo quadro sugere um presidente com experiência em gestão pública?
Primeiro, quero ressaltar o bom trabalho que está sendo feito pelo atual presidente, Francisco José Júnior (PSD). Ele vem conduzindo a Casa de forma equilibrada, enxuta com as suas contas e desenvolvendo projetos importantes. Segundo, realmente a responsabilidade do futuro presidente será maior, porque vai conduzir o processo de transição. Serão 21 gabinetes, com quadro de assessores e auxiliares. Vai ser preciso promover uma readequação em toda a estrutura, o que sugere que o novo presidente deve ser um gestor, com perfil político, evidentemente, uma vez que além da missão administrativa terá que ter uma visão política para conviver bem com os seus pares. É bom lembrar que novo presidente também terá o desafio de instalar a nova sede da Câmara, uma necessidade antiga que não podemos mais adiar.
Na última eleição para presidência da Câmara, a oposição levou a melhor embora inferiorizada numericamente. Isso ocorreu porque a base governista fracassou na articulação. Qual a receita que o sr. tem para o sistema governista eleger o presidente, já que tem a maioria dos vereadores eleitos?
Primeiro, se fala muito que o Executivo deve se envolver para viabilizar um nome de seu interesse. Vejo que é possível conduzir o processo sem essa interferência. A prefeita eleita Cláudia Regina, que é vereadora, sabe perfeitamente como funciona a Câmara Municipal. E respeita. É consciente que os poderes são independentes e cada um deve conduzir a sua missão. A Câmara terá autonomia para resolver as suas coisas e isso o fará. E Cláudia terá uma missão importante que é governar a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Para isso, necessitará da parceria com o Legislativo, mas cada um respeitando os seus limites. Não tenho dúvida que Cláudia vai dialogar bastante com os vereadores de sua bancada, mas entendo que a eleição para presidente se resolverá dentro da Casa, sem interferência.
 

O sr. fez parte da duas gestões da prefeita Fafá Rosado e conhece muito bem a estrutura administrativa do município. E foi eleito defendendo a candidatura vitoriosa de Cláudia Regina. É um dos fiadores do futuro governo. Qual a expectativa que o sr. alimenta da futura administração?
Cláudia vai fazer um grande governo. Tem capacidade para isso. É determinada, honesta e competente. Penso que no primeiro momento ela promoverá uma reforma administrativa, que me parece necessária. A cidade iniciou o processo de desenvolvimento com Rosalba Ciarlini, continuou com Fafá Rosado e agora precisa implantar um novo jeito de administrar. Essa proposta que Cláudia apresentou em praça pública sairá do papel logo, não tenha dúvida. Ela vai promover a reforma administrativa. As gerências devem acabar e as áreas importantes como Saúde e Educação serão administradas por secretarias. Observe que a estrutura atual ficou muito grande diante da modernização do serviço público. O modelo de gerências cumpriu a sua missão, mas não cabe mais. Cláudia sabe disso e vai promover as mudanças para atender a nova realidade de Mossoró. Feito isso, a futura prefeita partirá para realizar os grandes projetos que compõem o plano de governo aprovado pela população. Eu acredito muito na capacidade de Cláudia Regina.
A equipe de transição não tem um membro indicado pelo PMDB. O seu partido se sentiu excluído do processo?
De minha parte, não. O PMDB também não se sente excluído, até porque é representado pelo vice-prefeito Wellington Filho, que é do nosso partido. A equipe de transição, creio, está bem servida. São pessoas valorosas, técnicos competentes e que representam o grupo que construiu a vitória de Cláudia Regina. Não há qualquer razão para o meu partido ou qualquer outro reclamar da escolha de membros da equipe. Penso que todos se sentem devidamente representados.

*Do Blog do César Santos

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