No pronunciamento que fez ao País na
noite desta quinta-feira (6) a propósito da comemoração da
Independência, a presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou que
as tarifas de energia elétrica vão diminuir 16,2% para os consumidores
residenciais e 28% para as indústrias a partir do início do ano que vem.
Segundo ela, a medida vai servir para aumentar a competitividade do
Brasil.
“Os ganhos serão usados tanto para a
redução de preços para o consumidor brasileiro quanto para os produtos
de exportação, o que vai abrir mais mercados dentro e fora do país”,
disse. Segundo a presidente, a medida também vai ajudar as indústrias
que estejam em dificuldades, evitando demissões. Dilma explicou que a
diminuição para o setor produtivo será maior porque os custos de
distribuição da energia são menores, já que as indústrias operam em alta
tensão.
Os detalhes da medida serão divulgados
na próxima terça-feira (11) em evento no Palácio do Planalto. A redução
do preço da energia deve passar pela diminuição ou extinção de alguns
dos dez encargos setoriais cobrados atualmente, que representam cerca de
10% do preço da energia. O governo também deverá anunciar a renovação
das concessões do setor elétrico que começam a vencer a partir de 2015,
como hidrelétricas e linhas de transmissão.
A presidenta também lembrou o pacote de
medidas anunciado recentemente pelo governo, que incluiu a concessão de
7,5 mil quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de ferrovias, além
da criação da Empresa de Planejamento e Logística (EPL). Os
investimentos em rodovias e ferrovias vão somar R$ 133 bilhões nos
próximos 25 anos.
A diminuição do preço da energia faz
parte da estratégia do governo para reativar a economia, que, segundo
Dilma, já está se recuperando dos efeitos da crise financeira
internacional. A medida, segundo a presidente, vai agregar o fator
competitividade ao tripé do atual modelo de desenvolvimento do Brasil,
baseado em estabilidade, crescimento e inclusão.
Além de avanços na infraestrutura,
também defendeu a manutenção da tendência de queda de juros e de
diminuição da carga tributária para que o país continue a gerar
empregos.
“Estamos conseguindo, por exemplo, uma
marcha inédita de redução constante e vigorosa dos juros, que fez a
Selic baixar para cerca de 2% ao ano em termos reais e fez a taxa de
juros em longo prazo cair para menos de 1% ao ano, também em termos
reais. Isso me alegra, mas confesso que ainda não estou satisfeita.
Porque os bancos, as financeiras e de forma muito especial os cartões de
crédito podem reduzir ainda mais as taxas cobradas ao consumidor final,
diminuindo a níveis civilizados seus ganhos”, disse.
Dilma disse ainda que está aberta ao
diálogo com “todas as forças políticas e produtivas” do país para o
aprimoramento do sistema tributário. “O nosso governo está preocupado
mais que nunca com a garantia do emprego e o ganho salarial do
trabalhador, a prova disso, é que ao contrário da maioria dos países do
mundo, aqui não houve desemprego nem perda de direitos dos trabalhadores
e somos um dos poucos países do mundo onde houve ganho real de
salários”, declarou.
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