O juiz Bernardo Lima Vasconcelos Carneiro, da 8ª Vara Federal de
Mossoró, aplicou multa de R$ 750 mil (R$ 250 mil Prefeitura de Mossoró,
R$ 250 mil Governo do Estado e R$ 250 mil o Governo Federal) por não ter
instalado até o final de 2010, 9 leitos de UTI adulto, 6 pediátrico, 6
neonatal e uma Central de Regulação de Leitos hospitalares em Mossoró.
A multa se fosse seguir ao pé da letra, seria bem maior do que R$ 750
mil. Passava de R$ 2,5 milhões para cada um dos réus (município, estado
e união). Porém, em Audiência realizada no dia 2 de agosto, com as
partes presentes, ficou acordado que este valor ficaria em R$ 250 mil
para cada um. Os recursos já foram bloqueados nas contas das três
instituições de Estado.
A decisão da Justiça Federal obrigando Município, Estado e União a
instalar os leitos de UTI e a Central de Regulação em Mossoró é de 2008 e
atende a um pleito da Procuradoria da República e do Ministério Público
Estadual, depois que ficou constatado que crianças recém-nascidas e em
crescimento estavam morrendo por falta de UTI neonatal e pediátrica.
A decisão previa que os leitos fossem instalados até o final de 2010,
mas não foi o que aconteceu. Os promotores de Justiça da esfera federal
e estadual buscaram explicações e novos prazos foram estabelecidos e
novamente desrespeitados pela Prefeitura de Mossoró, Governo do Estado e
União.
Já em 2012, o procurador da república Fernando Rocha de Andrade
exigiu, oficialmente, que a decisão da Justiça Federal de 2008 fosse
integralmente cumprida e a multa executada. A reação de Fernando Rocha
aconteceu quando a população se mobilização através das redes sociais
para exigir do Estado estrutura para salvar a vida da menina Sophia
Valentina (2) – salva numa estrutura de UTI pediátrica improvisada na
Casa de Saúde Dix Sept Rosado (CSDR).
Para tratar do caso, o juiz Bernardo Lima Vasconcelos Carneiro
realizou audiência para o dia 2 de agosto, ocasião que anunciou, na
presença de representantes de todas as instituições, a sua decisão.
Participou da audiência, o procurador da república Fernando Rocha, o
advogado Thiago Pereira Pinheiro, representando a União; o advogado
Jesualdo Marques Fernandes, representando o Estado; advogada Sueelen
Karla F. B. Ricarte, da Prefeitura de Mossoró; além de João Firmino da
Silva Neto, diretor técnico do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM); e
a socióloga Selma de Oliveira Câmara, da Prefeitura de Mossoró.
Além da multa de R$ 250 mil para cada um dos gestores por ainda não
ter instalado os leitos de UTI e a Central de Regulação de Leitos
Hospitalares, o juiz designou a socióloga Antônia Selma de Oliveira
Câmara, da Prefeitura de Mossoró, para gerenciar a implantação dos
leitos de UTI junto com o Governo do Estado e da União até o final do
ano.
Na mesma decisão, o juiz Bernardo Lima Vasconcelos Carneiro
determinou que o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de
Saúde (DENASUS), num prazo de 30 dias, proceda uma auditoria em Mossoró
para constatar precisamente quantos leitos de UTI existe e quantos
precisam para crianças, adultos e recém-nascidos.
Destino da multa – Os R$ 750 mil bloqueados serão “destinados
preferencialmente ao custeio e à concretização das medidas
administrativas necessárias à implantação dos leitos de UTI
remanescentes, inclusive aqueles cujo prazo de instalação esgota-se no
final do corrente ano de 2012”, escreveu o magistrado. Até o final do
ano, terão que haver 50 leitos de UTI.
*Do Blog Retratos do Oeste (César Alves)
Prefeitura de Mossoró, Estado e União são multados por não instalação de UTI Neo-Natal
Allan Erick - Interino
Economista e publicitário com mais de 30 anos de atuação. Política, economia, esportes, marketing, publicidade etc
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