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Por William Robson

Uma reportagem publicada na segunda-feira (10) mostra que nove em cada dez instituições que oferecem o curso de direito no Brasil aprovam menos de 30% dos seus alunos na prova da OAB (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil). Deste levantamento, publicado no jornal Folha de S. Paulo, o Top 10 inclui das melhores escolas inclui o curso de Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que aparece na 9º posição.

Ao todo, 790 instituições de ensino superior que têm curso de direito foram levantadas pelo jornal paulista. Isso representa todas as escolas ativas do país com pelo menos 50 presentes ao ano nos exames da ordem (que não tenham zerado na prova).

A Ufersa já vinha se destacando com este curso em outras avaliações positivas Recebeu em outubro, por exemplo, o resultado da avaliação do Guia da Faculdade 2021, projeto fruto da parceria entre a Quero Educação e o Jornal Estado de São Paulo (Estadão). O curso recebeu 4 estrelas do Guia.

O que tem levado o curso de Direito, que foi recentemente implantado, estar entre os melhores do país? O coordenador do curso, professor Rodrigo Vieira, explicou os detalhes para o blog WILLIAM ROBSON e analisou este levantamento publicado pela Folha, nesta entrevista.

O que se deve o fato da Ufersa alcançar estes índices de aprovação na OAB, com destaque nacional?

RODRIGO VEIRA – Antes de mais nada, é necessário lembrar que o nosso curso é relativamente jovem. Estamos indo para o nosso 12º aniversário. O nascedouro do curso tem muito a ver com o Marco de Expansão das Instituições de Ensino Superior, na primeira década dos anos 2000, de onde nasce a própria Ufersa. Muito em decorrência do programa Reuni surge também o curso de Direito. E estrategicamente no campus de Mossoró para atender às pessoas Oeste e da região Central, mas dos Estados do Ceará e da Paraíba. Mas, nossas estatísticas mostram que houve interesse de pessoas de diversos Estados brasileiros. Esse incentivo inicial que também estimulou o perfil de nossos docentes, atraiu gente que se engajou a partir de um projeto de continuidade na qualidade do ensino jurídico que não se reduz somente à aprovação na OAB. Atribuímos o êxito a este trabalho continuado. É um projeto colaborativo tanto do corpo docente quanto discente.

A lista das dez melhores escolas de jornalismo do Brasil; a Ufersa aparece na 9a posição

Os professores contribuíram muito com este êxito, então.

Sem dúvida. Em relação ao corpo docente, posso destacar alguns pontos relevantes para quem não conhece o curso de Direito da Ufersa. Atribuímos muito ao perfil de nosso docente. 93% dos professores têm dedicação exclusiva, o que significa que todos atuam integralmente ao curso. Eles não têm qualquer outro tipo de profissão. Isso significa mais tempo para o ensino, às atividades de extensão e pesquisa da universidade. Afora isso, este corpo docente tem experiência profissional anterior ao ingresso na Ufersa, com destacada atuação em várias carreiras jurídicas e na docência também. 87% do nossos docentes têm doutorado e 75% dos mestres estão em processo de doutoramento. Isso muito se deve também a uma política da própria instituição, da Ufersa, quanto ao aperfeiçoamento contínuo dos docentes e servidores. Isso fez com que o curso se verticalizasse também, com dois cursos de pós-graduação lato sensu e demos início ao mestrado acadêmico em Direito. Em nível discente, temos uma elevada concorrência e procura de pessoas de várias regiões.

Há outros destaques no curso para além da aprovação na OAB?

Eu acredito que além do destaque da aprovação na OAB, que como frisei, tem muito a ver com o processo de construção do curso, um ponto que destacaria é a sua verticalização. Falei dos cursos de pós-graduação. Importante ressaltar que o nascedouro destes cursos se deve aos programas de aperfeiçoamento, principalmente o doutoramento dos nossos docentes. Tivemos muitos de nossos docentes que se doutoraram a partir de uma parceria da Ufersa com a Universidade de Brasília. Os grupos de pesquisa, pesquisadores que vêm se destacando no cenário nacional, como em Direito Constitucional, História do Direito, a relação do Direito com as novas tecnologias na sociedade da informação, as pesquisas relativas ao perfil dos profissionais da área jurídica… Este é outro aspecto importante a destacar. Outro ponto é que o curso de Direito sempre incentivou a extensão, iniciativas dentro do curso que extrapolam os muros da universidade  e que procuram esta relação entre sociedade e Ufersa. Alguns podem ser mencionados, como o Centro de Referência em Direitos Humanos, que acompanha casos de violação. Mas, temos outros também e revistas jurídicas importantes, uma do mestrado acadêmico e outra de iniciativa dos estudantes. Tudo isso é produto e reflexo desta formação continuada.

O que ainda precisa melhorar no curso?

No período de crise financeira e as contingências do Governo Federal, nós acreditamos  que temos uma demanda elevada de discentes para o um corpo docente diminuto. Já galgamos excelentes resultados do ponto de vista da qualidade do curso. Mas, algo que facilitaria e que poderia melhorar a qualidade do curso seria a contratação de novos docentes e um maior incentivo aos nossos programas de extensão, que tem muito a ver com disponibilidade financeira.

O curso da Ufersa tem um foco maior para a advocacia que para outras áreas do Direito?

Não há um foco maior para advocacia. Os dados que temos nos revelam que temos perfil de egressos ligados a diversos campos, inclusive a docência, delegados, técnicos-administrativos judiciários. Muitos migram para outras atividades que não estão diretamente ligada à área juridica, outros sequer se dedicam à advocacia. Muitos fazem a concursos para outras áreas, como o caso das aprovações de técnicos-administrativos.



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