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Projeto de lei do senador Rogério Carvalho (PT-SE) que altera a regra de reajuste dos preços dos combustíveis começa a ser debatido na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) da Casa Alta na 3ª feira (9.nov.2021). O texto põe fim na fórmula atual, com base na PPI (Paridade de Preços Internacionais).

Carvalho propõe que a nova regra considere: 1) os custos internos de produção de petróleo; 2) o custo de importação de derivados e 3) a cotação internacional.

Em sua justificativa, escreveu que a Petrobras segue “lógica de uma empresa financeirizada” e sua política de preços prejudica a economia, causando alta da inflação e elevação da taxa básica de juros, a Selic.

Esta é a 1ª alternativa à PPI apresentada para tramitação no Congresso. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a mencionar, no final de outubro, que seu governo estudava o fim da PPI como base de reajuste dos preços. Também insistiu  na privatização da Petrobras –tema ainda recorrente em seu discurso.

A perspectiva é de debate acalorado e por longo tempo no Senado sobre o PL (projeto de lei) 1472.  A proposta mexe com tópicos nevrálgicos da empresa e pode ter consequências em seus resultados. Portanto, em seus lucros e nos dividendos a serem repartidos com os acionistas –inclusive a União, majoritária.

O presidente da CAE, senador Otto Allencar (PSD-BA) indicou para a relatoria o senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Na justificativa do PL, Carvalho aponta equívocos na atual estratégica da Petrobras e os explora como soluções para uma potencial redução e estabilização dos preços dos combustíveis.

São basicamente 2: a exportação de óleo bruto e a importação de derivados. Esse 2º tópico está atrelado à decisão da empresa de manter a ociosidade de suas refinarias –todas postas à venda– em 30%.

“É preciso que o Brasil utilize o pré-sal em favor do desenvolvimento do país e da autossuficiência de derivados”, escreveu o senador. “A Petrobras, atualmente, segue a lógica de uma empresa financeirizada, por meio da política de preços de derivados baseada nos preços de importação, repassando os ganhos a seus acionistas.”

Carvalho também diz que a Petrobras “age como se fosse uma importadora”. Ou seja, “seus preços de realização são o resultado das cotações internacionais e da taxa de câmbio adicionadas de custos próprios aos importadores.”

Para o senador, sua proposta poderá contornar o impacto da volatilidade  da taxa de câmbio e da cotação internacional do petróleo sobre os preços dos combustíveis e outros derivados no Brasil.

BANDA DE PREÇOS E FUNDO DE SUBSÍDIOS

Para chegar ao objetivo, o PL determina também que sejam criadas pelo Executivo bandas de preços dos combustíveis. Quando o teto é extrapolado, subsídios provenientes de um fundo de estabilização permitirão a redução deles.

Para compor esse fundo, o governo passaria a cobrar Imposto de Exportação de petróleo, com alíquotas progressivas de 0% a 20%, conforme a cotação internacional da commodity.

“Cabe observar que o projeto não adota qualquer medida relacionada a tabelamento ou controle de preços”, completou Carvalho.

Em um exercício de cálculo incluído na justificativa, o fundo de estabilização seria abastecido por cerca de R$ 8,5 bilhões ao ano. Carvalho considera a exportação de petróleo de 500 milhões de barris em 2020, com receita de US$ 17 bilhões. Também considera a taxa de câmbio de R$ 5 por dólar e a alíquota média de Imposto de Exportação de 10%.

Poder 360


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