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O aumento nos preços da energia elétrica reduzirá o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em R$ 8,2 bilhões em 2021 e em R$ 14,2 bilhões em 2022, a valores de 2020. É o que diz um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) publicado nesta 4ª feira (3.nov.2021).

Segundo a publicação, a alta da conta de luz provocará uma reação em cadeia na economia brasileira, afetando a inflação, o consumo das famílias, a atividade econômica e a geração de empregos. 

A CNI calcula que a conta de luz das famílias subirá 6,77% em 2021 e 18,8% em 2022, com a criação da bandeira escassez hídrica e os reajustes das tarifas de energia. Por isso, prevê uma redução do consumo das famílias da ordem de R$ 7 bilhões em 2021 e de R$ 12,1 bilhões em 2022, a preços de 2020.

O aumento da conta de luz é um reflexo da crise hídrica, que baixou o nível dos reservatórios brasileiros e exigiu o acionamento das usinas termoelétricas, que custam mais caro o país. O governo diz que é a pior crise desde 1991. Por isso, criou a bandeira escassez hídrica, que, segundo os cálculos da CNI, deixou a conta de luz 16,87% mais cara em relação ao período em que vigorava a bandeira vermelha patamar 2.

De acordo com a CNI, a alta da energia terá um impacto de 0,16% na inflação às famílias em 2021 e de 0,41% em 2022. Criada em agosto, a bandeira escassez hídrica vigorará até abril de 2022, segundo o governo. A confederação diz ainda que, com a alta da inflação, o BC (Banco Central) é forçado a subir os juros, o que também afeta o crescimento econômico.

O estudo foi publicado em meio a uma revisão das projeções econômicas. Segundo o Boletim Focus, publicado pelo Banco Central, o mercado baixou a expectativa para o crescimento do PIB em 2021 nas últimas 3 semanas. Já a projeção para o PIB de 2022 está em queda há 1 mês. Hoje, a expectativa do mercado é que a economia brasileira cresça 4,94% em 2021 e 1,2% em 2022.

EMPREGOS

O setor produtivo também será pressionado pelo custo da energia e pela redução da demanda. A CNI estima que os “efeitos diretos e indiretos do aumento de preço da energia” resultarão em perda de 166 mil empregos em 2021 e de 290 mil empregos em 2022. A redução foi estimada em relação à quantidade de pessoas ocupadas entre abril e junho de 2021, antes do agravamento da crise hídrica.

Pelos cálculos da CNI, os setores econômicos mais afetados por esta situação são o de energia elétrica, o de alojamentos e a indústria metalúrgica.

IMPACTO NA INDÚSTRIA

Intensiva no consumo de energia elétrica, a indústria brasileira também é afetada pelo aumento da conta de luz. A CNI prevê uma redução do PIB industrial da ordem de R$ 2,2 bilhões em 2021 e de R$ 3,8 bilhões em 2022 com os efeitos da alta da energia elétrica. A indústria de transformação deve arcar com quase metade do baque: R$ 2,9 bilhões no acumulado dos 2 anos.

A CNI diz que o custo da energia já era um entrave para a competitividade do setor antes mesmo dos últimos aumentos. Por isso, prevê um repasse de custos para o consumidor.

​​“Isso faz com que os produtos industriais produzidos no Brasil fiquem mais caros em relação aos produtos industriais fabricados em outros países. Assim, além de dificultar as exportações, os consumidores tendem a trocar produtos produzidos no Brasil por produtos importados, reduzindo ainda mais a demanda”, diz o estudo da CNI.


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