A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira (29) o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan. Hang é o mais conhecido aliado do presidente Jair Bolsonaro no meio empresarial. Ele é acusado pela CPI de ser financiador da rede de disseminação de notícias falsas sobre a pandemia de covid-19 e de ter atuado junto ao Gabinete Paralelo, que assessorou Bolsonaro na propagação de ideias como o tratamento precoce com o uso do kit covid, coquetel de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença. O Congresso em foco irá transmitir ao vivo.
Também há relação de Hang com o episódio da Prevent Senior. A mãe do empresário, Regina Hang, que morreu em fevereiro vítima da covid, era cliente do plano de saúde e foi tratada com o kit covid. Morreu um mês depois de dar entrada no hospital. No entanto, a Prevent Senior omitiu a covid como causa da morte em seu atestado de óbito.
A convocação de Hang para depor foi controversa nos bastidores da CPI. Alguns senadores e assessores queriam concentrar a semana nos depoimentos da advogada Bruna Morato, que ocorreu na terça-feira (28), e de Bruno Fakhoury, que vai depor na quinta (30). Bruna Morato é a advogada dos médicos que denunciaram a Prevent Senior como laboratório do uso de medicamentos sem eficácia comprovada. Seu forte depoimento na terça foi considerado por alguns senadores, como o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como o melhor até agora na comissão. Sobre Fakhoury, há grande expectativa porque a CPI encontrou informações de que ele estaria no centro de um projeto para criar uma rede de comunicação bolsonarista e de direita.
Já quanto a Hang, apesar de ser um nome conhecido e próximo do governo, há quem tema que será um depoimento pouco producente. Mais um espetáculo midiático, no qual oposição e aliados do governo trocarão acusações e promoverão bate-bocas. A própria disposição inicial de Luciano Hang para o espetáculo – ele apareceu nas redes sociais com algemas para provocar a CPI – apontam para essa possibilidade.
Congresso em Foco
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