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Na posição de deputado federal, o presidente Jair Bolsonaro era um crítico ácido do programa instalado no governo Lula, Bolsa Família. Nos corredores e sessões do Congresso, Bolsonaro não poupou críticas ao benefício. Na segunda-feira (9), o presidente entregou uma medida provisória que prevê o reajuste de 50% no benefício e impõe um novo nome: Auxilio Brasil.

Em 2010, seu penúltimo mandato como deputado, Bolsonaro chegou a chamar o Bolsa Família como "Bolsa Farelo", afirmando que o benefício manteria o PT no poder Executivo.

No mesmo ano, Bolsonaro argumentou que o benefício seria uma espécie de moeda de troca, a fim de comprar votos no Nordeste.

"Se, hoje em dia, eu der R$ 10 para alguém e for acusado de que esses R$ 10 seriam para a compra de voto, eu serei cassado. Agora, o governo federal dá para 12 milhões de famílias em torno de R$ 500 por mês, a título de Bolsa Família definitivo, e sai na frente com 30 milhões de votos. Disputar eleições num cenário desses é desanimador, é compra de votos mesmo", afirmou em agosto de 2010.

Segundo ele, os eleitores que recebessem a parcela do programa, estaria contribuindo com o "voto de cabresto". "Cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem bolsa família, tornam-se eleitores de cabresto do PT", disse Bolsonaro.

No ano seguinte, ​​quando o programa era comandado por Dilma Rousseff (PT), o deputado voltou a atacar e sugerir um "ponto final" ao projeto.

"O Bolsa Família nada mais é do que um projeto para tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda, para que use seu título de eleitor e mantenha quem está no poder. Nós devemos colocar, se não um ponto final, uma transição a projetos como o Bolsa Família", afirmou.

Em outra ocasião, o presidente chegou a afirmar que o benefício incentivava mulheres solteiras a terem mais filhas para receber a parcela de R$ 70. 

No ano de 2018, o discurso continuou. Em um evento, já lançado pré-candidato, em 2017, Bolsonaro disparou que não usaria de demagogia para agradar na busca de votos.

"Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para a demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto."

A mudança no tom foi notória meses antes das eleições presidenciais. Em entrevista à TV Record, Bolsonaro defendeu o programa e confirmou que, caso ganhasse as eleições, ele seria mantido. "É um programa que temos que manter e, por questões humanitárias, olhar com muito carinho", afirmou.

Criado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o benefício atende cerca de 19,2 milhões de famílias com parcelas médias de R$ 190 reais por família.

Congresso em Foco


 

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