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A professora potiguar Natália Nobre, de 35 anos, vai realizar nos próximos três sábados aulões virtuais preparativos para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mais do que apenas alguma atividade de rotina da educadora e uma possibilidade de ensino aberto à população, as aulas têm outro motivo nobre: financiar o tratamento da professora contra o câncer.

Natália sofre da Síndrome de Sézary, um raro linfoma de células T que compromete a pele e outros tecidos, há 14 meses. Neste período, ela tem se tratado com o uso de corticoide, que não é recomendado por longo tempo em função dos efeitos colaterais.

"A gente vinha tentando diminuí-lo, por conta dos efeitos colaterais, que são nocivos. Essa diminuição vinha dando certo. Mas na última diminuição meu corpo não respondeu tão bem. Os médicos resolveram aumentar de novo o corticoide e os outros remédios", explicou Natália.

No processo de reavaliação do tratamento para uma nova fase, Natália conseguiu na Justiça que o plano de saúde bancasse um tratamento chamado fotoferese extracorpórea. Esse tratamento, no entanto, será oferecido em São Paulo, o que vai necessitar a mudança de vida da professora, do marido e dos três filhos.

"Para viabilizar a fotoferese, gastamos mais de R$ 20 mil. Foram 15 mil só com advogados. O plano de saúde foi obrigado a pagar pelo tratamento há uma semana, e já está em contato com o hospital Albert Einstein, de São Paulo, o que tem o orçamento mais em conta: 16 mil reais a sessão", explicou o marido Igor Gacheiro.

Depois de ter usado um valor alto na judicialização do caso, a família vai precisar ficar pelo menos seis meses na capital paulista para o tratamento e sabe dos custos elevados da cidade. "A indicação dos médicos é de uma bateria de sessões que dura 180 dias. Inicialmente, ela faria duas sessões por semana, depois duas por quinzena", explicou Igor.

"Iremos todos para São Paulo. Nós dois e três crianças. Temos parentes por lá que nos receberão, mas acreditamos que esses parentes não tem estrutura para receber cinco pessoas por tanto tempo. Por isso, o foco da campanha é levantar grana para que possamos criar melhores condições de estadia em São Paulo".

Natália se encontra no estágio chamado "3B" da doença, quando ela já não está apenas na pele.

"Significa que as células doentes não estão só na minha pele, estão espalhadas pelo meu sangue. E por isso eu preciso fazer tratamentos sistêmicos, que não são só para a pele", explicou.

Aulões e doações

Os aulões de redação para o Enem vão ser transmitidos pela página da professora Natália Nobre no Youtube nos próximos três sábados: 22 e 29 de maio e 5 de junho.

Quem quiser realizar as doações, pode entrar em contato com a professora através da página dela no Instagram. Além disso, os canais para doação aparecerão nos aulões on-line.

Sobre os aulões, Igor explica que "eles serão uma oportunidade de Natalia retribuir o apoio que recebeu e ainda levantar mais uma grana" para o tratamento.

G1/RN


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