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Em entrevista à CNN no sábado (29), a cardiologista e médica intensivista Ludhmila Hajjar disse que aconselharia, neste momento, o Brasil a voltar atrás da ideia de expandir a vacinação para os grupos com comorbidade e manteria a campanha nacional por idade.

“Em um país tão difícil como o nosso, tão heterogêneo, com tanta dificuldade — sem falar que muita gente já denunciou irregularidades de atestados e relatórios sendo vendidos —, eu tenho muita preocupação. Se pudesse, eu opinaria a voltar atrás nesse sentido de comorbidade.”

Hajjar analisa que o público-alvo se tornou muito amplo e abriu precedentes para pessoas que não deveriam ser prioridade agora. Com isso, estão passando na frente de quem tem maior risco de ser acometido pela Covid-19.

“A maneira como isso foi feito é muito ampla e deixa muito flanco aberto no sentido de a gente realmente não priorizar quem realmente deveria ter prioridade. Poderíamos fazer de uma maneira mais segura, tendo a confirmação, um exame médico, um registro no hospital, mas eu acho que isso aumentaria muito a complexidade.”

A cardiologista e intensivista explica que é imprecisa a classificação de quem realmente tem imunossupressão ou alguma doença crônica que seja realmente um respaldo para que a pessoa esteja em um grupo de risco. 

“Eu vou dar um exemplo: imunossupressão, que é o que está escrito na norma do Ministério da Saúde, é alguém que tenha deficiência do sistema imunológico. É um paciente que tem um câncer ativo e está em quimioterapia, por exemplo. Mas o que está acontecendo? Muitos pacientes que tiveram cânceres simples no passado, como os de tireoide, pele e outros, estão indo aos postos de saúde com relatórios médicos -- que não são corretos -- e estão passando na frente de pessoas que realmente deveriam estar sendo vacinadas.”

Ela complementa dizendo que “doentes crônicos e pacientes com imunossupressão é que devem receber relatórios do seu médico, instituição e hospital, para que sejam submetidos à vacina.”

Novos picos

Ludhmila Hajjar diz que até agora, desde que a pandemia se instaurou no Brasil, nós não conseguimos reduzir os números de uma maneira significativa a ponto de dizer que vencemos a primeira onda e podemos voltar à normalidade. “É como se nós tivéssemos picos, aumentos significantes, depois a gente reduz um pouco e quando tudo parece estar tentando entrar no eixo, a gente tenta voltar à normalidade, flexibiliza algumas ações restritivas, e volta a ter picos.”

Dessa forma, ela traça um panorama de que em decorrência dos aumentos de novos casos e números de internações, o Brasil caminha para um novo pico nos próximos dias. 

“De uma maneira geral, a gente pode chamar de onda todo novo pico. E, realmente, o que nós estamos observando, e a gente precisa ver como será o comportamento da doença nas próximas semanas, é uma tendência desde 15, 16 de maio até hoje, um aumento do número de casos novos, um aumento do número de mortes, o que parece configurar uma terceira onda da doença nos próximos dias. A gente esperava que isso fosse ocorrer em julho, mas houve realmente uma antecipação dessa elevação de números.”

CNN Brasil



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