O ex-CEO da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, afirmou à CPI da Covid no Senado que a empresa ofereceu entregar 1,5 milhão de doses da vacina contra a covid-19 ainda em 2020. O Brasil nunca respondeu a oferta feita pela farmacêutica.
Segundo Murillo, as tratativas começaram em agosto. Havia duas possibilidades de negociação: uma de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões de doses. No total, foram feitas três ofertas da Pfizer ao Brasil entre agosto e setembro - nenhuma delas teve resposta.
Em uma reunião de 6 de agosto, o Ministério (da Saúde) manifestou possível interesse na nossa vacina e com isso nós oferecemos, no dia 14 de agosto, nossa primeira oferta, que era uma oferta vinculante. Essa oferta era, na verdade, duas ofertas, vou explicar, porque era exatamente a mesma oferta, mesmas condições, mesmo preço, mas uma era de 30 milhões de doses e outra era de 70 milhões de doses. E essa oferta tinha o possível cronograma de entrega durante o final de 2020 e 2021."
"Em 18 de agosto, nós voltamos a fazer a oferta por 30 milhões e 70 milhões de doses, mas nessa oferta nós tínhamos conseguido um quantitativo adicional para o Brasil para o final de 2020. Em 26 de agosto, nós fizemos a terceira oferta, também por 30 milhões e 70 milhões de doses. Nessa terceira oferta nós tínhamos um pouco mais de quantidade para o primeiro trimestre de 2021", detalhou.
Primeira oferta (30 milhões)
- Em 2020: 500 mil de doses
- Primeiro trimestre de 2021: 1,5 milhã de doses
- Segundo trimestre de 2021: 5 milhões de doses
- Terceiro trimestre de 2021: 14 milhões de doses
- Quarto trimestre de 2021: 9 milhões
Primeira oferta (70 milhões)
- Em 2020: 500 mil de doses
- Primeiro trimestre de 2021: 1,5 milhão de doses
- Segundo trimestre de 2021: 5 milhões de doses
- Terceiro trimestre de 2021: 33 milhões de doses
- Quarto trimestre de 2021: 30 milhões
Segunda oferta (30 milhões)
- Em 2020: 1,5 milhão de doses
- Primeiro trimestre de 2021: 1,5 milhão de doses
- Segundo trimestre de 2021: 5 milhões de doses
- Terceiro trimestre de 2021: 14 milhões de doses
- Quarto trimestre de 2021: 9 milhões
Segunda oferta (70 milhões)
- Em 2020: 1,5 milhão de doses
- Primeiro trimestre de 2021: 1,5 milhão de doses
- Segundo trimestre de 2021: 5 milhões de doses
- Terceiro trimestre de 2021: 33 milhões de doses
- Quarto trimestre de 2021: 29 milhões
Terceira oferta (30 milhões)
- Em 2020: 1,5 milhão de doses
- Primeiro trimestre de 2021: 2,5 milhões de doses
- Segundo trimestre de 2021: 8 milhões de doses
- Terceiro trimestre de 2021: 10 milhões de doses
- Quarto trimestre de 2021: 8 milhões
Terceira oferta (70 milhões)
- Em 2020: 1,5 milhão de doses
- Primeiro trimestre de 2021: 3 milhões de doses
- Segundo trimestre de 2021: 14 milhões de doses
- Terceiro trimestre de 2021: 26,5 milhões de doses
- Quarto trimestre de 2021: 25 milhões
O que aconteceu depois?
Nenhuma das ofertas foi respondida, segundo Carlos Murillo, mas as conversas continuaram em novembro, após o ex-secretário de comunicação, Fabio Wajngarten, alertar Bolsonaro sobre a tentativa de negócio por parte da Pfizer.
Naquela ocasião, a Pfizer já não previa entrega no ano de 2020. "Posteriormente, no mês de novembro, nós fizemos uma atualizações da nossa oferta. A partir de novembro estávamos conversando por 70 milhões. No dia 11 de novembro fizemos uma oferta por 70 milhões, o quantitativo que conseguíamos ofertar e ofertamos para o Brasil foi de 2 milhões para o primeiro trimestre de 2021, 6,5 no segundo trimestre de 2021, 32 milhões no terceiro trimestre de 2021, 29,5 milhões no quatro trimestre de 2021."
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