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A Nike informou nesta sexta-feira (28) que encerrou seu contrato em 2020 com o atacante brasileiro Neymar porque ele se recusou a cooperar com uma investigação sobre acusações de agressão sexual feitas contra ele por uma funcionária da empresa.

Neymar, que joga pelo clube francês Paris Saint-Germain – com o qual renovou seu contrato até 2025 neste mês –, nega as acusações, e diz que o contrato com a empresa norte-americana foi encerrado por razões comerciais.

A Nike, maior fabricante de roupas esportivas do mundo, disse em uma nota enviada à CNN que considera as alegações sobre um incidente em 2016 críveis, mas que uma investigação independente sobre o caso não foi conclusiva.

"Nenhum conjunto de fatos emergiu que nos permitiria falar substantivamente sobre o assunto. Não seria apropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de fornecer os fatos de apoio", disse a nota da empresa.

A assessoria de Neymar disse que o atleta se “defenderá vigorosamente” caso haja alguma alegação, qualificando a acusação como infundada.

“É bem estranho um caso que supostamente aconteceu em 2016, com alegações feitas por uma funcionária da Nike, aparecerem apenas neste momento”, disse a nota da assessoria do jogador.

A Nike e Neymar se pronunciaram depois que uma reportagem do Wall Street Journal. Até então, a Nike não havia se posicionado publicamente sobre o encerramento do contrato com Neymar – que tinha duração de 15 anos e foi rompido ainda com 8 anos restantes.

Segundo a empresa, o caso foi relatado oficialmente à empresa em 2018 em um fórum interno, mas só foi investigado a partir de 2019 para respeitar a funcionária.

“Apesar de estar preparada e pronta para investigar naquele momento, a Nike respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto em sigilo e evitar uma investigação (...) Em 2019, quando a funcionária posteriormente manifestou interesse em prosseguir com o assunto, agimos imediatamente.”

Depois de romper com a Nike, Neymar assinou um novo contrato de patrocínio pessoal com a Puma em setembro de 2020. Questionada pela agência Reuters, a empresa alemã de material esportivo não quis se pronunciar.

Veja a íntegra da nota da Nike (traduzida para o português):

A Nike ficou profundamente perturbada com as alegações de agressão sexual feitas por uma de nossas próprias funcionárias contra Neymar Jr. O suposto incidente ocorreu em 2016 e foi oficialmente relatado à Nike em 2018. A funcionária se apresentou para compartilhar sua experiência em um fórum criado pela liderança da Nike para proporcionar um ambiente seguro no qual ex e atuais  funcionários possam compartilhar confidencialmente suas experiências e preocupações. Desde o início, tratamos as alegações da funcionária e sua experiência com grande seriedade.

Quando a funcionária transmitiu suas alegações pela primeira vez à liderança da Nike em 2018, ela o fez com garantias de confidencialidade. Enquanto a Nike estava preparada e pronta para investigar naquele momento, a Nike respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto confidencial e evitar uma investigação. Como seu empregador, tínhamos a responsabilidade de respeitar sua privacidade e não acreditávamos que fosse apropriado compartilhar essas informações com as autoridades policiais ou terceiros sem o consentimento da funcionária.

Em 2019, quando a funcionária posteriormente manifestou interesse em prosseguir com o assunto, agimos imediatamente. A Nike encomendou uma investigação independente e contratou um advogado independente para a funcionária, escolhido por ela e custeado pela empresa.

A investigação foi inconclusiva. Nenhum conjunto de fatos emergiu que nos permitiria falar substantivamente sobre o assunto. Não seria apropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de fornecer os fatos de apoio. A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar de boa-fé com uma investigação de alegações críveis de irregularidades feitas por uma funcionária.

Continuamos a respeitar a confidencialidade da funcionária e também reconhecemos que esta tem sido uma experiência longa e difícil para ela.

Veja a íntegra da nota de Neymar:

“Neymar Jr. nega estas alegações. Semelhante às alegações de violência sexual feitas contra ele em 2019 – alegações que as autoridades brasileiras julgaram Neymar Jr. como inocente – estas alegações são falsas. Neymar Jr. vigorosamente se defenderá contra estes ataques sem base, caso qualquer alegação seja apresentada, o que não aconteceu até então.

Neymar Jr. e a Nike terminaram sua relação por razões comerciais, que têm sido discutidas desde 2019, não relacionando nada a estes fatos reportados.

É bem estranho um caso que supostamente aconteceu em 2016, com alegações feitas por uma funcionária da Nike, aparecerem apenas neste momento.”

(Com informações de André Rosa, da CNN, e da Agência Reuters)


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