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Do Blog do César Santos

Em entrevista ao “Cafezinho com César Santos”, publicado na edição impressa do Jornal De Fato e no útimo domingo (28), o ministro Rogério Marinho não confirmou e nem negou o projeto de disputar o Senado da República nas eleições do próximo ano.

Nem há necessidade.

Ele deseja ser candidato e será, a não ser que aconteça algum fato fora do contexto que impeça a sua caminhada político-eleitoral.

Veja que ele aproveita as férias do Ministério do Desenvolvimento Regional para fazer política. Desde quarta-feira da semana passada, 24, que Marinho percorre o RN reunindo prefeitos, vereadores, lideranças regionais e concedendo entrevistas aos veículos de imprensa.

Rogério Marinho andou mais de duas dezenas de municípios nas regiões Oeste, Seridó, Central e Metropolitana de Natal. Quem gasta sola de sapato desta forma, quer ser candidato. Fato.

Marinho desenha, nas entrelinhas, o palanque que ele pretende construir para fortalecer a sua postulação, e que esse processo poderá mudar a boa relação político-administrativa entre o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, que também é presidente estadual do PSDB, com a governadora Fátima Bezerra (PT).

Ele é taxativo: o seu lado é incompatível com o lado da governadora do RN, por razões mais do que óbvias, logo, Ezequiel vai ter que sair de cima do muro. O rompimento com Fátima Bezerra é o caminho natural. Quase uma certeza. Aliás, é o que Marinho espera, embora ele não afirme isso com todas as letras.

A bem da verdade, o presidente do Legislativo iniciou o processo de divórcio político-administrativo da chefe do Executivo. Ele não se posiciona diretamente sobre a separação em curso. Usa liderados de sua extrema confiança, como é o caso do deputado Gustavo Carvalho (PSDB), hoje o mais ferrenho crítico da gestão Fátima Bezerra. Para quem conhece os bastidores do Palácio José Augusto, Carvalho reverbera de público o que é orientado no gabinete presidencial.

As críticas do deputado tucano se intensificaram a partir do segundo semestre de 2020 e ganhará ainda mais força no início deste ano. Além disso, matérias antipáticas à Governadoria foram aprovadas no plenário da Assembleia Legislativa, que tem a sua maioria simpática à orientação política de Ezequiel Ferreira.

Portanto, o rompimento político-administrativo do presidente Ezequiel com a governadora Fátima é apenas uma questão de tempo. Até lá, as aparências serão mantidas, inclusive, com desmentidos, se assim for necessário, de crise entre os comandantes do Legislativo e Executivo.

Paralelamente, Ezequiel vai ter que resolver outra questão para fazer parte do projeto Rogério Marinho: sair do PSDB para outro partido. O plano nacional não permite que o ministro de Jair Bolsonaro tenha alinhamento político-eleitoral com a sigla tucana.

Ezequiel Ferreira deve deixar o PSDB. Ele, inclusive, faz parte de uma ofensiva para assumir o Progressistas no RN, até aqui em vão. O partido é controlado no estado pelo grupo da ex-prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini e que tem como guardião o mandato do deputado federal Beto Rosado. A disputa pelo Progressistas estremece o percurso entre Natal e Brasília, sem uma previsão do que pode acontecer.

O fato é que Ezequiel sairá e levará o seu grupo para o novo partido, que não seja, evidentemente, da base de sustentação política do governo Fátima Bezerra. E quando isso vai acontecer? Nos próximos meses, mas, com certeza, antes do espetáculo de fogos do Réveillon 2021.

Até lá, os bastidores da política e da sucessão 2022 estarão em temperatura altíssima.




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