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No dia em que o Ministério da Saúde confirmou, pela primeira vez, mais de 3.000 mortes em 24h por conta da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional de televisão onde disse que 2021 será "o ano da vacinação dos brasileiros".

Em um curto discurso de quatro minutos, o presidente voltou a dizer que o país terá autossuficiência na produção de vacinas, e que intercedeu, pessoalmente neste mês de março, para a aquisição de vacinas da Pfizer – as 100 milhões de doses devem chegar até setembro.

O presidente buscou novamente se descolar da imagem de que seu governo não tem auxiliado no combate à pandemia de covid-19:"Em nenhum momento, o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome", disse.

Novamente, Bolsonaro distorceu o fato de que o país terá "Ao final do ano, mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população". O montante se refere a contratos assinados e também a memorandos de entendimento com laboratórios, que podem atrasar ou diminuir a quantidade de doses entregues.

Apesar de ter manifestado solidariedade com famílias de vítimas para a doença, o presidente não citou diversas crises de abastecimento de oxigênio e de materiais para intubação, que podem aumentar ainda mais o número de mortes.

Bolsonaro, que sempre se mostrou negacionista à pandemia e contrário à vacinação, agora busca colar sobre si a imagem de alguém interessado no combate à pandemia. Os fatos, porém, apontam para outra direção. (Veja o vídeo) 

  

Durante o pronunciamento do presidente, foram registrados "panelações" por todo o país.

Bolsonaro fez seu discurso no dia em que o Ministério da Saúde registrou 3.251 mortes pela doença, mais um triste recorde batido neste mês de março. O Brasil chegou hoje a 298.676 mortes e 12,1 milhões de casos, devendo chegar a 300 mil mortes na quarta-feira (24). O país registrou também 82.493 novos casos.

Os números de hoje representam uma morte a cada 26,5 segundos, e é superior a todas as mortes registradas nos atentados de 11 de setembro, quando morreram 2.996 pessoas naquele único dia.

A média móvel de mortes no país já passa de 2.000 por dia, e segue há um mês em constante crescimento. E apenas hoje Bolsonaro deu posse, em uma cerimônia fora da agenda, a Marcelo Queiroga, o quarto ministro da Saúde durante a pandemia.

Poder 360



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