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Mulheres ficam internadas em corredores e esperam dentro centro cirúrgico, por vagas em alojamentos, após partos no Hospital Santa Catarina.



Pacientes da obstetrícia em corredor do Hospital Santa Catarina em Natal — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi


Superlotação e pacientes mantidas nos corredores da Maternidade do Hospital Doutor José Pedro Bezerra - mais conhecido como Santa Catarina. O cenário registrado neste sábado (6) em uma das principais maternidades públicas da capital potiguar também era de muita proximidade entre as pessoas - o que não é recomendado por causa da pandemia da Covid-19.

De acordo com servidores, somente no centro obstétrico, que tem 15 leitos, havia 35 mulheres internadas nas primeiras horas da manhã deste sábado (6).

"Está superlotado. Tem muitas mulheres nos corredores. Os médicos estão sobrecarregados. Uma paciente começou a sentir contrações e os médicos e enfermeiras estavam com outra paciente. A mulher começou a ter o bebê ali mesmo", diz a dona de casa Cláudia de Oliveira, que acompanha a irmã na unidade.

A irmã dela ficou internada no corredor, quando chegou à unidade na quinta-feira (4).

No pronto-socorro obstétrico, geralmente há dois médicos e dois técnicos em enfermagem, segundo os servidores da unidade. Já no setor de pré e pós-parto, são seis técnicos e um enfermeiro - o que eles consideram insuficiente para a demanda.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) afirmou que está trabalhando para ajustar a rede materno-infantil de forma a dar um melhor acolhimento e melhor qualidade de cuidado na assistência, com a aquisição de aparelhos, insumos e contratação de pessoal para as maternidades nos municípios de Macaíba e São José de Mipibu.

"Aos finais de semana geralmente há uma sobrecarga maior no serviço, mas a Sesap está atenta e atuando em conjunto com a Central de Regulação Obstétrica e a Maternidade Januário Cicco para o encaminhamento adequado em casos de parto de alto risco", afirmou.


Espera dentro do centro cirúrgico

Na manhã deste sábado (6), pelo menos quatro mulheres estavam com os bebês ainda no centro cirúrgico à espera de vagas nos alojamentos.

O operador de cargas Diego dos Santos disse que a esposa estava desde às 16h de sexta-feira (5), até a manhã no centro cirúrgico. Ela teve o bebê, uma menina, que o pai ainda não tinha conhecido. A última notícia recebida por ele tinha sido ainda durante a noite. "Ela continua no Centro Cirúrgico porque não tem leito pra ela ficar", contou.


Suspensão de serviço

Um dos motivos para a superlotação na maternidade pode ter sido a suspensão do serviço de obstetrícia no Hospital Municipal de Ceará-Mirim, que era o destino de grávidas do município e de mais 21 municípios próximos.

A prefeitura do município da região metropolitana informou que não há mais como cobrir os custos, que são de R$ 870 mil por mês, com os recursos repassados para a unidade por meio de um convênio assinado entre 22 prefeituras e o governo do estado. Esse valor é de R$ 600 mil.

A demanda da cidade está sendo direcionada para o Hospital Regional de Macaíba, também na região metropolitana. Mas lá não são atendidos casos mais complexos como o da mulher de Diego dos Santos, que precisou de uma cesariana. "Lá em Macaíba só fazem parto normal", contou.


*G1

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