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Não há como negar que uma das paixões do brasileiro é o bom e velho cafézinho. Porém, um estudo realizado por especialistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostra que a ingestão regular da bebida pode alterar a massa cinzenta do cérebro humano.

A pesquisa, publicada em 15 de fevereiro na revista Cerebral Cortex, mostra mudanças significativas na massa cinzenta, isto é, em partes do sistema nervoso central compostas principalmente pelos corpos celulares das células nervosas. Além disso, o estudo, que também investigava o impacto do composto químico no sono, também concluiu que a cafeína não resultou em má qualidade do sono.

Para a realização do estudo, foram analisados 20 jovens saudáveis que consumiam café diariamente. Eles receberam comprimidos para tomar durante dois períodos de 10 dias e não consumiram qualquer outra dose cafeína durante esse meio-tempo. Em um dos períodos do estudo, eles receberam comprimidos com cafeína e, no outro, tomaram placebo, ou seja, comprimidos sem o princípio ativo. Ao final de cada período de 10 dias, os pesquisadores examinaram o volume da massa cinzenta dos indivíduos por meio de varreduras cerebrais. Eles também investigaram a qualidade do sono dos participantes no laboratório do sono, registrando a atividade elétrica do cérebro.

A diferença foi particularmente notável no lobo temporal medial direito, incluindo o hipocampo, uma região do cérebro que é essencial para a consolidação da memória. “Nossos resultados não significam necessariamente que o consumo de cafeína tenha um impacto negativo no cérebro”, enfatiza Carolin Reichert, líder do estudo e professora na Universidade de Basel, em nota. “Mas esse consumo diário evidentemente afeta nosso hardware cognitivo, o que por si só deveria dar origem a mais estudos.”

Para Reichert, em geral, os efeitos da cafeína na saúde são investigados principalmente em pacientes enfermos, mas também há necessidade de pesquisas com indivíduos saudáveis.

Embora a cafeína pareça reduzir o volume da matéria cinzenta, após 10 dias de abstinência do café, ela se regenerou significativamente. “As mudanças na morfologia do cérebro parecem temporárias, mas até agora faltaram comparações sistemáticas entre os que bebem café e aqueles que geralmente consomem pouca ou nenhuma cafeína”, diz Reichert.

Galileu



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