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Acompanhante denunciaram que foram retirados da unidade após reclamarem da medida. Manaus sofre com falta de oxigênio e colapso no sistema de saúde após recorde de internações.

Acompanhantes de pacientes com Covid-19 internados no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, denunciaram que o nível de oxigênio para pacientes com Covid-19 foi reduzido. Eles contam que foram retirados do local após reclamarem da medida, que levou alguns hospitalizados a passarem mal.

Sem oxigênio, Manaus sofre com colapso no sistema de saúde e passou a transferir pacientes para outros estados brasileiros. O número de novas internações por Covid-19 bateu recorde neste mês de janeiro, e já supera os índices registrados entre abril e maio, quando o estado enfrentava a primeira onda da doença.

Nesta quinta, em pronunciamento, o Coronel Franco Duarte, representante do Ministério da Saúde, afirmou que uma das razões para a crise é o consumo de oxigênio por pacientes de leitos clínicos. "Aquele paciente que não está no leito de UTI é o que consome mais, porque ele fica ao lado do regulador de oxigênio. A sensação é a falta de ar, e você abrindo o acesso ao oxigênio, você tem a sensação de bem estar, mas em contrapartida, aumenta muito essa demanda", disse.


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Conforme Natálie Batista, acompanhante de um paciente internado no local, ela chegou a reclamar sobre a situação com uma enfermeira, após ela diminuir o nível de oxigênio do paciente que ela acompanhava e ele apresentar uma queda na saturação, logo em seguida.

Por meio de nota, a SES-AM informou que as unidades de saúde do estado operam com uma limitação de oxigênio. A secretaria disse ainda que, devido o cenário, as unidades de saúde do estado passaram a adorar um novo protocolo para "uso racional de oxigênio".

"Sabe por que que eles tiraram todo mundo daí?! Porque eles não estão nem aí para ninguém. Essa é a realidade. De manhã, estavam todos os acompanhantes e eles chegaram lá igual um bando de cavalo abaixando o oxigênio de todo mundo", denunciou.

Ainda de acordo com Natália, o paciente que ela acompanha tem 81 anos de idade, e ele sofreu queda na saturação de 90 para 7.

"Eu teimei com a enfermeira e subi. Ela foi lá e eu falei 'se você baixar de novo, eu quero ver se você vai se responsabilizar por ele'. Foi quando ela permitiu, e dos outros pacientes ela abaixou. Se não tivesse ninguém ao lado dele, como agora não tem ninguém. Eles estão matando todo mundo", disse.


Durante a tarde, eles ainda fecharam a Avenida Mário Ypiranga, na frente do hospital, por cerca de 10 minutos, em protesto ao ocorrido.



Acompanhantes fecharam Avenida Mário Ypiranga, na frente do hospital, por cerca de 10 minutos, em protesto ao ocorrido. — Foto: Lane Gusmão/Rede Amazônica


Falta de oxigênio em Manaus

Manaus vive uma crise de abastecimento de oxigênio, com o aumento de internações por Covid-19 em hospitais da capital. A principal empresa que fornece o insumo informou, na semana passada, que está com dificuldades de produção. O governo do estado está recebendo oxigênio de outros estados em aviões da Força Aérea Brasileira.


Após afirmar que os hospitais estão lotados e sem oxigênio para os pacientes infectados com coronavírus, o Governo do Amazonas informou, nesta quinta-feira (14), que 235 pacientes do Amazonas serão levados a outros 6 estados para receber atendimento médico devido ao colapso no sistema de saúde local.

*G1

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