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O Rio Grande do Norte tem 28,5 mil testes para Covid-19 com data de vencimento para dezembro. A tendência é de que estes exames não sejam utilizados para detectar a infecção, pois não estão completos, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).

A falta do “kit de extração” — que é utilizado para colher o material genético das amostras analisadas —, que deveriam ter sido entregues pelo Ministério da Saúde, impede a utilização dos testes RT-PCR armazenados pelo governo estadual.

De acordo com a Sesap, o Rio Grande do Norte corre risco de perder 67% dos 41.940 testes RT-PCR hoje disponíveis para análise dos casos de Covid-19 entre os potiguares. Em nota oficial, a Sesap cobra do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB), e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre como proceder com os insumos armazenados.

“A Sesap observa com preocupação este cenário, que é nacional, já que este tipo de teste possui um valor significativo para as estratégias de combate à Covid-19 e qualquer recolhimento de qualquer insumo pode ter efeitos severos nas respostas à pandemia que necessitam ser rápidas e assertivas”, define a pasta estadual.

Chamado de “teste padrão ouro”, o RT-PCR é o exame mais eficaz para diagnosticar a Covid-19. A coleta é feita por meio de um cotonete — o swab — aplicado na região nasal do paciente. Após isso, o material é submetido ao kit de extração, que faz a retirada do material genético do agente biológico. A seguir, o material é adicionado a uma placa contendo reagentes específicos para detecção do novo coronavírus.

Ainda de acordo com a Sesap, os testes entregues pelo Ministério da Saúde não são compatíveis com os kits de extração manual adquiridos pelo governo estadual.

“Esse problema ocorre em alguns LACENs (Laboratórios Centrais de Saúde Pública) do país, e a CGLAB está buscando alternativas para essa situação. O insumo de swab, utilizado para fazer a coleta da amostra, encontra-se em situação favorável no Estado”, reforça a Sesap.

O problema de logística na distribuição de insumos para os testes para a Covid-19 do Ministério da Saúde é alvo de críticas ao longo dos últimos dias. Esta semana, reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou que o órgão tem 6,86 milhões de testes armazenados que podem perder a validade até janeiro de 2021. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os exames vencidos não podem ser utilizados. A diretoria colegiada da agência reguladora rejeitou pedidos para o uso desses produtos.

No Rio Grande do Norte, desde que os casos de Covid-19 começaram a surgir entre os potiguares, a Secretaria Estadual de Saúde Pública contabiliza 148.018 testes do tipo RT-PCR. Deste total, 50,2% apontaram resultado positivo para a infecção do novo coronavírus.

O mecanismo de análise do material genético permite a identificação de forma antecipada das pessoas infectadas, pois a avaliação pode ser feira o vírus ainda ativo no organismo. O que difere do teste de anticorpos, por análise sanguínea, que é feito somente de 7 a 14 dias após a pessoa ter apresentado sintomas da doença.

Procurado pelo Agora RN, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Agora RN


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