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A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Alessandra Lucchesi, confirmou na sexta-feira, 18, durante coletiva de imprensa para atualização dos dados do novo coronavírus que Mossoró tem 03 casos confirmados da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), temporalmente associada à covid-19 no contexto do RN.

De acordo com a coordenadora, são 11 confirmações para a SIM-P em todo o estado. Os outros casos ocorreram em Natal (3), São Gonçalo do Amarante (2), Apodi (1), Nísia Floresta (1) e Touros (1). Ela informou que a partir de agora será emitido semanalmente um boletim de acompanhamentos dos casos. Os dados são relativos até a última quarta-feira, 16.

Desses, apenas um permanece internado e dez receberam alta. Entre os casos suspeitos, um continua internado, oito receberam alta e um evoluiu para óbito, o qual está em investigação. Ressalta-se que cinco dos casos suspeitos tiveram testes de diagnóstico positivos para arboviroses, sendo um caso de Zika, três de Chikungunya e um que positivou para Zika e Dengue.

 “A síndrome pode acometer crianças que tenham sido infectadas pela Covid-19 num período de tempo posterior a essa infecção. É necessário que os pais estejam atentos aos sinais e sintomas. Em crianças nós já sabemos que há uma probabilidade de aparecimento desses sintomas para outras causas. Por isso, é importante a investigação”, disse e completou.

“Temos uma ocorrência baixa, mas uma ação de vigilância é oportuna e permaneceremos acompanhando a situação da síndrome no estado”.

Os sintomas dessa condição são parecidos com os de outras patologias inflamatórias pediátricas: febre alta e persistente, diarreia e dor abdominal, erupções cutâneas em todo o corpo e irritação das membranas mucosas, edema de mãos e pés e cefaleia. Em alguns casos, também existem manifestações cardiológicas.

“Vômito, febre, dor abdominal são sintomas mais recorrentes, além da inflamação dos vasos sanguíneos como todo. Por isso, é necessário a investigação através de exames específicos e consulta médica”, frisou Lucchesi.

A primeira data de internamento no Rio Grande do Norte foi em 30 de maio. Tratava-se de uma criança de 9 anos do sexo masculino. Ele esteve internado em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 16 dias. A criança já recebeu alta. De acordo com a Sesap, a investigação da SIM-P no RN vem sendo realizada de forma retroativa por parte dos hospitais, após solicitação do órgão, em função da publicação da Nota Técnica nº 16 do Ministério da Saúde, que orienta sobra as notificações da SIM-P no país.

Até o momento, o público pediátrico (0-19 anos) não registra taxas de incidência elevadas, com a mortalidade e a internação geralmente associadas à presença de comorbidades. Entretanto, pediatras de países como Reino Unido e Itália apontaram para o surgimento da SIM-P, de forma associada à Covid-19, em crianças e adolescentes, levando a um estado crítico de saúde e à necessidade de cuidados intensivos.

No RN, a investigação realizada indicou uma maior incidência da SIM-P no sexo masculino – nove casos - e na faixa etária de 5 a 9 anos – com quatro casos. Quanto aos sinais e sintomas, os prevalentes foram: dores abdominais (9), dispneia (9), edema de mãos e pés e /ou edema de face e abdominal e/ou anasarca – inchaço pelo corpo (8), saturação de O2 < 95% (7), náuseas/vômitos (8), oligúria – diminuição do volume de urina (7), alterações na cor da pele (7) e diarreia (7). Outros sinais e sintomas foram relatados em menor frequência.

Em relação aos exames laboratoriais, os que apresentaram alterações mais frequentes foram: proteína C reativa e albumina (100%), VHS e leucócitos totais (90%), hematócrito (82%), plaquetas e hemoglobina (73%) e TGO (63%). Quanto aos exames de imagem (raio-x de tórax/tomografia), o achado mais frequente foi o derrame pleural observado em 7 casos. No que se refere aos achados de ecocardiograma, dos 8 pacientes que realizaram o exame, 7 casos apresentaram alterações, sendo as mais frequentes os sinais de disfunção miocárdica e derrame pericárdico.

Alessandra Lucchesi afirmou que as ações de vigilância em saúde vêm sendo reforçadas e acontecem de forma permanente e ainda mais coordenadas nos territórios. “Uma das estratégias foi a contratação de 20 apoiadores técnicos que atuarão nas regiões de saúde fornecendo apoio nas ações de vigilância”.

Alessandra lembrou ainda que a Sesap se mantém vigilante em relação aos outros agravos que acometem a população. “As ações da Sesap estão direcionadas para a covid-19, mas sem jamais esquecer os outros agravos”, concluiu.

A comparação com a doença de Kawasaki acontece justamente porque ambas afetam os vasos sanguíneos e podem causar choque tóxico estafilocócico e estreptocócico.

A maioria das crianças com infecção por SARS-CoV-2 é assintomática ou apresenta sintomas leves da infecção. Até o momento, as crianças responderam por uma porção mínima dos casos na pandemia global da COVID-19 e dados epidemiológicos de muitos países mostram que são minoria entre os pacientes afetados.

Jornal De Fato



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