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Um monitoramento feito pela Organização não governamental Artigo 19, detectou ao menos 82 ataques a jornalistas que vêm cobrindo a pandemia de covid-19 no Brasil. O estudo foi feito no período de cinco meses, o primeiro ataque foi registrado no dia 13 de março. A análise  mostrou que 72% das agressões foram realizadas por membros do Governo Federal, pelo presidente da República e políticos apoiadores de Bolsonaro. As consultas foram feitas em matérias de jornais e redes sociais até o dia 12 de agosto.

Para o coordenador da área de proteção e segurança da Artigo 19, Thiago Firbida, o resultado é "chocante, mas não surpreendente". Ele considera o número de ataques muito alto para o período de cinco meses. A Artigo 19 faz este monitoramento há oito anos e nesse período, diz Thiago Firbida, não tem nada parecido com este número. "Desde que Bolsonaro assumiu o governo já foram mais de 300 ataques à imprensa detectados pela Artigo 19. Ataques dele e de pessoas do governo", diz.

O estudo mostra que quase 10% dos ataques aos profissionais foram feitos durante coberturas em hospitais e comércios que permaneceram abertos desobedecendo os decretos das autoridades locais. Nestes casos, o trabalho dos jornalistas foram interrompidos com agressões físicas e verbais.

“No contexto de uma pandemia em que a informação pode, literalmente, preservar vidas, o que significa a atitude de um governo que ataca jornalistas, reduz a transparência e promove a desinformação junto à população?” indaga Denise Dora, diretora executiva da Artigo 19.

O material foi divulgado na semana em que o presidente da República atacou duas vezes profissionais da imprensa. No domingo (23), ao ser questionado por um repórter sobre porquê a primeira dama, Michelle Bolsonaro recebeu  R$ 89 mil em cheque de Fabrício Queiroz, o presidente disse que tinha vontade de “encher a boca de porrada” do repórter. Na segunda-feira (24) durante o evento “vencendo a covid-19”,  promovido pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que “jornalista bundão” tem chance menor de sobreviver ao coronavírus.

No mês de maio, jornalistas que cobriam manifestações a favor de Bolsonaro sofreram ataques com xingamentos por parte dos manifestantes. No mesmo mês, uma repórter da TV Band levou uma bandeirada de uma bolsonarista em outra manifestação  enquanto trabalhava.

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