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O presidente Jair Bolsonaro disse, durante reunião com ministros no dia 22 de abril, que não iria esperar toda a família e amigos serem prejudicados para trocar "alguém da segurança da ponta de linha", se referindo ao Rio de Janeiro. Essa fala está na transcrição feita pela própria Advocacia Geral da União (AGU), que atua na defesa do presidente.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", disse.

Ao contrário do que o presidente vinha afirmando nos últimos dias, que durante a reunião não tinha falado sobre a Polícia Federal, segundo a transcrição da própria AGU, ele citou o órgão.

“Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho a inteligência das Forças Armadas que não tem informações; a Abin tem seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando realmente… temos problemas… aparelhamento etc. A gente não pode viver sem informação”, se queixou o presidente.

Na última terça-feira (12), o presidente havia afirmado que cabe uma interpretação sobre o que foi dito na reunião e negou que tenha falado sobre a PF. "Não existe no vídeo a palavra Polícia Federal e nem superintendente", afirmou, o que, segundo a transcrição da AGU, não é verde.

Na quarta-feira (13) o presidente voltou a negar que tivesse feito qualquer menção à Polícia Federal. Questionado sobre o depoimento do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que afirmou que Bolsonaro havia falado sobre a PF, o presidente disse se tratar de um equívoco.   "O Ramos se equivocou. Mas como é reunião, eu tenho o vídeo. O Ramos, se ele falou isso, se equivocou", afirmou.

"Eu não falo Polícia Federal. Não existem as palavras Polícia Federal em todo o vídeo. Não existe a palavra superintendência. Não existe a palavra investigação sobre filho. Falo sobre segurança da família e meus amigos. Ou você acha que não há interesse em fazer uma maldade com um filho meu?", disse o presidente na quarta. Porém, não cabe à Polícia Federal fazer a segurança da família presidencial, essa função é exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Não existe na legislação brasileira a previsão para que os amigos do presidente possam contar com a proteção do GSI ou da Polícia Federal.

Segundo a transcrição da gravação o presidente exigiu informações da Polícia Federal, para não ser pego de surpresa. "Quem é que nunca ficou atrás da... da... da... porta ouvindo o que o seu filho ou a sua filha tá comentando? Tem que ver pra depois… depois que ela engravida não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes. Depois que o moleque encheu os cornos de droga, não adianta mais falar com ele: já era. E informação é assim. [referências a Nações amigas] Então essa é a preocupação que temos que ter: 'a questão estratégia'. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso –todos– é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade", afirmou Bolsonaro.

As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo e Antagonista.

Sergio Moro saiu do governo afirmando que nessa reunião em questão, Bolsonaro queria trocar a superintendência da Polícia Federal. Segundo Moro, Bolsonaro iria tirar Marcelo Valeixo da diretoria-geral da PF, justamente por ele resistir à troca do superintendente.

Com a saída de Valeixo, Moro saiu. O novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, trocou a superintendência do Rio de Janeiro, assim que assumiu o cargo.

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