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A reunião do presidente Jair Bolsonaro com governadores do Sudeste na manhã desta quarta-feira teve bate-boca e os discursos descambaram para questões políticas e eleitorais. O momento mais tenso foi protagonizado por Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. O paulista ameaçou ir à Justiça contra o governo federal caso haja confisco de equipamentos e insumos destinados ao combate do novo coronavírus no estado.

Bolsonaro reagiu ao discurso de Doria e, entre outras acusações, disse que o governador faz “demagogia barata” neste momento com objetivos eleitorais em 2022.

Participam da reunião os governadores Wilson Witzel (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais) e Renato Casagrande (Espírito Santo), além de ministros como Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), entre outros. A reunião, que acontece por videoconferência, ainda está em andamento.

O clima do encontro destoou das demais reuniões feitas por Bolsonaro com os outros governadores do país desde segunda-feira. O encontro desta manhã aconteceu um dia depois do pronunciamento de Bolsonaro em rádio e televisão em que defendeu um afrouxamento das medidas de restrição à Covid-19. Witzel e Doria são os governadores que Bolsonaro considera seus maiores adversários políticos.

Bolsonaro foi cobrado na reunião desta manhã a dar “o exemplo” ao país.

Irritado com a fala do governador de São Paulo, Bolsonaro partiu para o ataque:

– Essa situação (de Doria como) porta-voz (dos outros governadores) pra mim não serve. Senhor governador João Doria, faça a sua parte, o governo federal está pronto para colaborar, como sempre esteve. Vossa excelência foi que fechou as portas para nós. Resolveu partir para a campanha antecipada de 22 em vez de buscar o bem-estar do seu povo paulista, para minorar os problemas que se avizinhavam. Assim, sendo, respondendo à vossa excelência, não atacando, mas apenas respondendo seus ataques infundados.

O presidente acusou Doria de “assumir uma postura completamente diferente” desde o resultado das eleições de 2018. Elevando o tom de voz, Bolsonaro afirmou:

– Hoje, subiu a sua cabeça, subiu a sua cabeça, a possibilidade de ser presidente da República. Não tem responsabilidade. Não tem altura para criticar o governo federal, que fez completamente diferente o que outros fizeram no passado. Vossa excelência não é exemplo para ninguém. Não aceito, em hipótese nenhuma, essas palavras levianas como se vossa excelência fosse responsável por tudo de bom que acontece no Brasil e acusa, levianamente, esse presidente que trabalha 24 horas por dia para o bem do seu povo.

Bolsonaro passou a palavra para o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, que diante da discussão entre eles pediu calma:

– O momento, quando se tem uma crise dessa proporção, a primeira palavra que a gente precisa ter é calma e equilíbrio.

Governadores também pediram ao presidente nesta quarta-feira que inicie negociações com o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para que o pagamento das dívídas dos estados com essas instituições seja adiado por até um ano.

O Globo


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