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A Catedral de Santa Luzia vai passar por uma completa repaginada em sua estrutura, devendo ganhar uma arquitetura sacra com mudança bem significativa. Uma das novidades será a construção de uma cripta (capela no subsolo), como as que existem em edifícios de funções sagradas de todo o mundo. Trata-se de um projeto que vem sendo pensado pela Diocese de Mossoró há algum tempo e que agora deve ser executado.

O projeto está sendo elaborado pelo Apostolado Litúrgico Arquitetura das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, em São Paulo. Trata-se do mais famoso escritório de arquitetura sacra do país, especializado em projetos arquitetônicos de construção, reforma, interiores e vitrais, bem como o desenho e execução de painéis artísticos.

O anteprojeto está pronto para ser apresentado pelo bispo dom Mariano Manzana, o que deve ocorrer nos dias próximos. Na etapa seguinte, com os ajustes feitos, o escritório das Irmãs Pias Discípulas do Divido Mestre iniciará a etapa final do projeto. A previsão é de que dom Mariano possa apresentar o projeto à comunidade católica durante a Festa de Santa Luzia 2019. As obras serão iniciadas em 2020.

Como trata-se de uma obra que demandará recursos de valores elevados, a Diocese vai executar as obras por etapa. A sequência dependerá do orçamento de cada etapa. O calendário será elaborado de uma forma que a catedral não passe tanto tempo fechada, devendo, inclusive, ser reaberta ao final de cada fase do projeto.

Segundo padre Flávio Augusto Forte Melo, vigário-geral da Diocese de Mossoró e pároco da Catedral de Santa Luzia, a ideia inicial é promover uma repaginada bastante significativa, principalmente na parte interna da catedral. Além da cripta, a igreja ganhará novos vitrais, piso, portas, bancos, climatização e o uso de energia solar.

Padre Flávio entende como necessária a mudança e vê importância em mudar a arquitetura da catedral de Santa Luzia. “Entendemos que a catedral precisa ganhar cara para alguém que entre e queira rezar, quando sair, tenha o sentimento da dimensão da Diocese de Mossoró”, explica, ao ressaltar que “a mudança terá importância sob o ponto de vista simbólico”.

CONCÍLIO VATICANO

Os projetos de reformas de Igrejas da Arquitetura do Apostolado Litúrgico seguem todas as orientações das construções. A comunhão entre as ideias da comunidade e o setor de Arquitetura é muito valorizada para as propostas assertivas e que realmente são portadoras de evangelização.

“As reformas como todo projeto de construção, decoração de interiores, seguem as diretrizes elaboradas pelo Concílio Vaticano II, de acordo com as quais a arte sacra deve visar à beleza nobre, mais que à suntuosidade e que as novas igrejas devem ser apropriadas às celebrações litúrgicas com a participação dos fiéis”, explica o escritório em seu site.

“O objetivo de todo projeto é tornar os espaços celebrativos revelação do mistério de Cristo e da Igreja, expressando as aspirações e a busca de Deus por parte da comunidade local”, afirma.

Igreja de Santa Luzia quando tinha apenas uma torres (foto: reprodução)
Capela de Santa Luzia foi construída em agosto de 1772

A capela de Santa Luzia é datada de 5 de agosto de 1772. Conta a história que o sargento-mor da ribeira de Mossoró, Antônio de Souza Machado, e sua esposa Rosa Fernandes foram autorizados a construir uma capela na fazenda Santa Luzia, de sua propriedade.

Décadas depois, em 1801, Rosa Fernandes, já viúva, doou o patrimônio da capela de Santa Luzia. Em 1830, foi feita uma reforma na capela, que recebeu uma imagem de Santa Luzia de Mossoró, em madeira, esculpida em Portugal.

A capela era ligada à freguesia do Apodi até 1842, ano em que foi elevada à categoria de igreja matriz. Com o crescimento de Mossoró, a capela ficou pequena para atender às necessidades da população. Foi quando, em 24 de março de 1858, iniciou-se a sua reconstrução no mesmo local. A obra demorou dez anos e a igreja foi reinaugurada ainda sem a conclusão das torres, que só ficariam prontas em 1910. A história conta que Pedro Paulino Duarte da Silva promoveu na época uma campanha em prol da conclusão das torres da igreja.

Em 28 de julho de 1934, com a criação da Diocese de Mossoró, a igreja de Santa Luzia foi elevada à categoria de catedral diocesana.

Diocese tem 35 paróquias em Mossoró e cidade do Oeste e Vale do Açu

A Diocese de Mossoró foi erigida canonicamente pelo papa Pio XI, em 28 de julho de 1934, através da bula papal Pro Ecclesiarum Ommiun, desmembrada da Diocese de Natal (hoje arquidiocese), tendo como sé episcopal a igreja matriz de Santa Luzia.

Porém, a notícia de sua criação só chegaria a Mossoró em 14 de setembro daquele ano, quando o padre Luiz Ferreira da Cunha Motta, vigário da paróquia de Santa Luzia, recebeu um telegrama do bispo de Natal, dom Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas. Em 18 de novembro, a diocese fora oficialmente instalada.

A nova diocese compreendia as paróquias dos municípios de Mossoró (Santa Luzia e Sagrado Coração de Jesus, hoje paróquia de São Manoel), Assú (São João Batista), Pau dos Ferros (Nossa Senhora da Conceição), Portalegre (Nossa Senhora da Conceição), Apodi (Nossa Senhora da Conceição e São João Batista), Campo Grande (Senhora Santana), Martins (Nossa Senhora da Conceição), Patu (Nossa Senhora das Dores), Caraúbas (São Sebastião), São Miguel (São Miguel Arcanjo), Luís Gomes (Senhora Santana) e Areia Branca (Nossa Senhora da Conceição).

 Com a elevação da Diocese de Natal à arquidiocese, em 16 de fevereiro de 1952, a Diocese de Mossoró tornou-se sufragânea dessa arquidiocese. Em 11 de outubro de 1984, o papa João Paulo II, através da bula “Quam congrue convenienter que”, declarou Santa Luzia como padroeira diocesana.

Hoje, a Diocese Santa Luzia é composta por 35 paróquias, sendo oito na cidade de Mossoró e 27 localizadas em municípios do Médio-Alto Oeste e Vale do Açu.


Dom Mariano Manzana (FOTO ACIMA) é o sexto bispo da Diocese de Santa Luzia, tendo assumido em 2004. Os outros cinco bispos foram: o primeiro, dom Jaime de Barros Câmara (1936-1941); em seguida: dom João Batista Portocarrero Costa (1943-1953); dom Eliseu Simões Mendes (1953-1959); dom Gentil Diniz Barreto (1960-1984); dom José Freire de Oliveira Neto (1984-2004).

Jornal De Fato


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