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Servidor que atacou procurador e promotor foi levado para CDP da Ribeira.
Em depoimento à polícia, ele não falou sobre motivação do crime.

Atirador do Ministério Público chega ao Comando da Polícia Militar (Foto: Carlos Lima/Inter TV Cabugi)Servidor do MP foi levado ao Comando da Polícia Militar e depois para o CDP da Ribeira (Foto: Carlos Lima/Inter TV Cabugi)
Guilherme Wanderley Lopes da Silva, de 44 anos, ficará preso por tempo indeterminado, até nova ordem judicial. Ele se apresentou à Polícia Civil, no final da manhã deste sábado (25), mas a polícia já estava de posse de um mandado de prisão preventiva contra ele. O servidor do Ministério Público do Rio Grande do Norteera procurado desde esta sexta-feira (24), após atirar no procurador-geral adjunto, Jovino Sobrinho, e no promotor público Wendell Beetoven.
Após se apresentar, Guilherme prestou depoimento. O delegado Renê Lopes, da 5ª DP, que conduziu o interrogatório, disse que o servidor passou a maior parte do tempo calado. "Ele nos respondeu apenas três questionamentos. Negou quando questionamos se mais alguém participou da ação, negou que já tenha sido internado anteriormente por problemas psiquiátricos ou psicológicos e negou também que o atentato tenha tido relação com um processo que seu genitor respondeu".
Ainda de acordo com o delegado, Guilherme não quis se pronunciar sobre as motivações para atacar os procuradores e o promotor. Ele também não falou sobre quais seriam os seus alvos, conforme consta em uma carta escrita por ele.

O servidor do MP foi ouvido e, inicialmente, levado para o quartel do Comando Geral da Polícia Militar. "Como ainda não tínhamos uma vaga definida para ele, levamos-o para o quartel da PM. Depois, ele foi conduzido para o Centro de Detenção Provisória da Ribeira, onde ficará preso por tempo indeterminado", informou o delegado-geral da Polícia Civil, Claiton Pinho. Guilherme ficará em uma cela especial por ter curso superior e ser funcionário do Ministério Público.

A arma do crime, um revólver calibre 38, também foi apreendida neste sábado. Ela tem capacidade para cinco disparos e estava com uma munição intacta, de acordo com a polícia.
Delegado-geral dá entrevista sobre prisão de atirador do MP (Foto: Thyago Macedo/G1)Delegados falaram sobre a prisão do servidor do MP, na tarde deste sábado (Foto: Thyago Macedo/G1)
























Inquérito
O delegado Renê Lopes, que preside o inquérito, declarou que com a prisão de Guilherme vai continuar colhendo os depoimentos. Na próxima segunda-feira (27), ele pretende ouvir o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, que seria um dos alvos do servidor. Posteriormente, as vítimas que foram baleadas também serão ouvidas, conforme se recuperem.

Guilherme Lopes entrou armado em uma reunião onde estava o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, e seus auxiliares, na manhã desta sexta-feira. De acordo com relato de Rinaldo, "Guilherme se aproximou, colocou dois papéis na minha mesa e disse: 'Isso é uma recompensa por tudo o que vocês fizeram'. Em seguida, ele puxou a arma e a tirou do coldre. Gritei para todos que ele estava armado e houve uma correria. Ele apontou o revólver em minha direção e atirou, mas errou".

O servidor, porém, conseguiu atingir o promotor Wendell Beetoven com um tiro nas costas e, em seguida, já em outra sala, efetuou dois disparos contra o procurador-geral de Justiça adjunto, Jovino Sobrinho.

Tiro efetuado por Guilherme Lopes atingiu porta do procurador-geral de Justiça (Foto: Fred Carvalho/G1)Tiro efetuado por Guilherme Lopes atingiu porta do procurador-geral de Justiça (Foto: Fred Carvalho/G1)












Após o atentado para sair das salas dos membros do MP cruzando com os seguranças, Guilherme gritava que havia um homem atirando atrás. "Mesmo assim, houve troca de tiros no estacionamento. Depois, ele escapou", disse o procurador-geral.

Rinaldo Reis disse ainda que não há na ficha funcional de Guilherme Lopes, até então, nada que desabonasse a conduta profissional dele. "Não tenho a menor ideia do que tenha motivado o servidor a atentar contra nossas vidas. Ele é concursado, servidor efetivo e ainda exerce cargo comissionado no Ministério Púbico. Nunca houve constrangimento na parte administrativa, nunca houve processo disciplinar, nunca foi afastado das funções dele, não há registro de qualquer afastamento por problema psíquico. Era um servidor considerado por todos como normal".

*G1 RN

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