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O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles se reuniu na manhã desta sexta-feira (29) com Michel Temer na casa do vice-presidente, em São Paulo. Meirelles disse que foi apenas dar opiniões sobre a situação econômica do país e negou que tenha sido convidado para comandar o ministério da Fazenda caso Temer assuma a presidência.


"Não houve convite", afirmou Meirelles. Ele já havia dito no sábado (23), em Brasília, após reunião com o Temer, que "não falava sobre hipóteses". A reunião dele com Temer durou cerca de uma hora.

Esta foi a terceira reunião entre Temer e Meirelles. "Foi uma conversa informativa sobre a economia, uma conversa de aconselhamento, diagnósticos e sugestões. Ele está conversando com várias pessoas, certamente é um passo importante para que ele possa se informar sobre a situação real. Estou apenas dando as minhas opiniões", disse Meirelles.

O economista disse que, para o país restaurar a confiança, são necessárias "medidas que mostrem claramente que o estado brasileiro, o governo brasileiro, é solvente de uma forma sustentável".

Meirelles considera que o governo vai precisar restaurar a confiança na economia para que as empresas voltem a produzir e a contratar.
"É preciso ter confiança na macroeconomia do país e, em seguida, vamos pensar na microeconomia, que são investimentos, infraestrutura, questões de recuperação de empresas que estão tendo dificuldades e em vista disso uma larga agenda de crescimento. Mas isso vai ser função da autoridade econômica que vier a ser escolhida para conduzir este projeto", disse Meirelles.

"Neste momento, estamos na fase de coleta de informações, ele está muito interessado e acho que é exatamente como deveria ser", afirmou. Meirelles não quis responder se a taxa de juros deveria ser baixada.

Encontros com aliados

Desde as últimas semanas, Temer tem dedicado sua agenda a uma série de reuniões com seus principais conselheiros políticos, entre eles os ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, além do senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente em exercício do PMDB.

Em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Temer passou a se reunir também com políticos como o senador José Serra (PSDB-SP), os economistas Delfim Netto e Armínio Fraga, além do presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Nesta quinta (28), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o PSDB não vai proibir ninguém do partido de aceitar um convite para cargo no governo federal caso o vice-presidente assuma a presidência. O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também reforçaram que a participação do PSDB em um eventual governo Temer depende do atual vice-presidente.

Processo de impeachment

Nesta sexta-feira, a sessão da comissão especial do impeachment no Senado foi reservada para ouvir a defesa de Dilma, apresentada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura). Na quinta, foi a vez de os juristas Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, autores a denúncia contra Dilma, falarem a favor do impeachment.

A comissão especial votará um relatório recomendando a instauração ou o arquivamento do processo pelo Senado. Caso o parecer seja favorável à abertura do julgamento e a maioria simples (41 dos 81 senadores) aprove o relatório da comissão no plenário principal do Senado, a presidente será afastada por 180 dias, e o vice Michel Temer assumirá a Presidência da República.

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