Foragida há mais de um mês por suspeitas de corrupção, Lidiane Leite
da Silva, prefeita afastada de Bom Jardim (MA), acaba de se entregar na
sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em São Luís (MA).
A “prefeita ostentação”, como a jovem de 25 anos ficou conhecida por
exibir artigos de luxo nas redes sociais, é suspeita de desviar cerca de
15 milhões de reais de verbas da Educação do município de Bom Jardim,
cidade de 40 mil habitantes no interior do Maranhão.
A denúncia feita pelo Ministério Público contra a prefeita alega
fraudes em licitações para compra de materiais de construção, mobiliário
e merenda para escolas no ano passado. Em outubro, Lidiane reduziu os
salários do professores da rede municipal de ensino.
Entre as pessoas com 15 anos ou mais que vivem em Bom Jardim, cerca
de 32% não sabem ler ou escrever. A média no Brasil é 8,3%. No grupo de
pessoas com mais de 60 anos, quase 70% é analfabeta.
Ostentação
Sem qualquer vínculo com a política até 2012, Lidiane se candidatou
para comandar a prefeitura da cidade depois que o então namorado
Humberto Dantas dos Santos – conhecido como Beto Rocha – teve a sua
candidatura impugnada pela Lei da Ficha Limpa na chapa do PRB.
Aos 22 anos, ela foi eleita com a promessa de que serviria ao
parceiro na prefeitura, a quem designou como secretário de Assuntos
Políticos.
Desde então, Lidiane foi afastada três vezes do cargo suspeita de
envolvimento em casos de corrupção. Há relatos de que ela comandava Bom
Jardim por meio de um grupo no WhatsApp enquanto morava a 277
quilômetros de distância na capital, São Luís.
No início do ano, ela rompeu o relacionamento com Rocha, que pediu
demissão do cargo. Ele é acusado de liderar o esquema de desvios de
recursos da Educação do município. Na última sexta, ele teve a prisão
preventiva revogada.
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