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Após ponto eletrônico, 80 servidores pedem demissão 
Foto Ilustração

Cerca de 80 médicos pediram a exoneração do cargo desde que a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) instalou o sistema de ponto eletrônico para fiscalizar o cumprimento da carga horária dos servidores, em julho deste ano. A metade dos pedidos de demissão foram registrados na capital, segundo a Sesap. De acordo com a Sesap, a média mensal de faltas, neste ano, chega a 684, número que teria sido impulsionado com a implantação do sistema. Em 2012, a Secretaria registrou 367 faltas.


De acordo com o coordenador do sistema de ponto eletrônico da Sesap, Carlos Cavalcanti, os médicos alegam que o motivo dos pedidos de demissão seria a impossibilidade de cumprimento da carga horária dos plantões. “Eles são contratados para dar uma média de 144 horas por mês, em plantões de 12, 24 e até de seis horas. A folga que eles precisam ter entre um plantão e outro impossibilita que eles tenham um terceiro trabalho e alguns deles tem clínicas particulares ou consultórios. Eles querem dar três horas de trabalho num dia, por exemplo, e acabam não tendo como cumprir a carga horária”, explicou Carlos Cavalcanti.


Segundo o coordenador do sistema de ponto eletrônico da Sesap, com a implantação, realizada em julho, em 36 unidades da Sesap, o número de faltas tem crescido. “É na verdade uma revelação das faltas porque elas já aconteciam, mas não eram informadas corretamente porque esse processo era feitas manualmente”, disse. Em julho, a implantação foi experimental. Em agossto, o sistema passou a valer.


Reposição indefinida


Carlos Cavalcanti não soube informar a quantidade de demissões por unidades de saúde. Segundo ele, esse é um processo que leva mais tempo, já que alguns servidores tem carga dividida entre mais de uma unidade. Ainda assim, ele informou que há casos de médicos que não puderam conciliar outros serviços com os prestados à Sesap em cidades como Pau dos Ferros, Assú e Angicos. Para cobrir as faltas dos servidores, a Sesap tem se valido de plantões eventuais. Sendo assim, as escalas dos faltosos dos setores onde não tem recursos humanos suficientes para cobrir as escalas são cobertas com os médicos do quadro.


“Tenho escalas com 10 médicos, por exemplo. Se um deles pede para sair, que tem 144 horas, posso dar 48 horas a mais de outro médico, um extra que já faz parte da escala, para não deixar o serviço faltar”, explicou Cavalcanti. “Também estamos viabilizando as escalas, quando é permitido, através da cooperativa, para alguns plantões, mas essa não é a nossa ferramenta principal”, acrescentou.


Carlos Cavalcanti não soube informar quando as vagas dos médicos que pediram demissão serão repostas pela Sesap. “A Secretaria está fazendo um dimensionamento da quantidade de servidores para repor o quadro com a convocação de servidores aprovados no último concurso”, antecipou. 


O coordenador informou ainda que um censo do quadro de pessoal da Sesap estava em elaboração desde dezembro do ano passado, pela Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos (Searh), mas o objetivo seria apenas de “reafirmar a quantidade servidores”.


Com os pedidos de exoneração, o Hospital Regional Deoclécio Marques Lucena, em Parnamirim, acumula um déficit de 70% de profissionais para cobrir a escala de plantão. O quadro continua inalterado desde julho, quando vários profissionais resolveram sair


TN

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