Entrevista: Luiz Eduardo Carneiro

O secretário estadual de Trabalho e Assistência Social, Luiz Eduardo Carneiro, confirmou na noite de hoje (26), após reunião com a governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, que está deixando o Governo devido à instabilidade política da aliança com o PMDB, partido do qual ele faz parte. O que Carneiro não confirmou, no entanto, foi que seja o responsável pela confirmação do rompimento da aliança que, segundo o presidente estadual do PMDB, Henrique Eduardo Alves, seria confirmada até o final da semana e antecipada com a saída do secretário – que é indicação do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, e um dos últimos peemedebistas a ainda ocupar cargo na gestão. Leia agora a entrevista com o secretário Luiz Eduardo Carneiro após a reunião com Rosalba:

Como foi a reunião com a governadora Rosalba Ciarlini?

Pedi uma reunião com a governadora, ela me recebeu. Eu formulei meu pedido de exoneração e ela prontamente recebeu e conversamos bastante sobre o que conseguimos fazer e o que não conseguimos. Foi uma conversa franca, amigável e muito boa. É um capitulo da minha vida encerrado.

Qual o motivo do pedido de exoneração?

Não é financeira não, porque essa é superável. Nós estávamos trabalhando bem, mas na verdade foi essa insegurança. Não é questão de articulação política, mas sim o problema de que eu estava querendo pensar no dia de amanhã e todo dia tinha uma notícia que o PMDB ia deixar o Governo. Não estava me sentindo confortável com essa situação.

Qual o peso o peso que o quadro político atual tem na sua decisão?

Evidentemente que isso teve um peso. Eu sou um gestor público e preciso de um respaldo político. Eu fui sugerido, apresentado a governadora, como uma pessoa que tinha livre trânsito com o PMDB através do ministro Garibaldi. A partir do momento que tem dúvidas sobre o ministro segue ou não apoiando o governo, eu fico com uma equipe de trabalho me perguntando: qual é a sua hora, é amanhã ou depois? Até o pessoal de Brasília, do Ministério… E é porque tínhamos até uma notícia boa: a ministra Tereza Campelo escolheu o Rio Grande do Norte como um dos três estados melhores em Assistência Social.

O PMDB agora vai romper com o Governo?

O PMDB, acredito eu, deve se reunir ainda nesta semana para tomar uma decisão quanto a isso. Eu acho que sou muito pequeno para interferir nessa decisão, que cabe a executiva do partido.

O senhor conversou com Garibaldi Filho antes da decisão. O que foi que ele disse?

Garibaldi é meu amigo político, vamos dizer assim. Ele me deixou livre e, realmente, a liberdade você usa para ficar contra ou a favor. E vou ficar a favor dele. E vou ficar a favor da governadora. Eu tive o apoio dela, nunca me faltou. Administrei dificuldades, afinal de contas, Governo não é um supermercado de facilidades, sobretudo, em crise.

A governadora chegou a pedir para o senhor reconsiderar o pedido?

Não, não. Ela pediu apenas para esperar alguns momentos. Eu concordei mas disse que não poderia ser além de quinta-feira próxima, porque eu sei que vai ter essa reunião e não quero que uma coisa se aproxime da outra.

Fonte:  www.portalnoar.com