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Você já viu a seleção brasileira feminina de handebol em ação nos Jogos de Londres? Se não viu ainda, não perca a chance nesta quarta-feira, às 12h30, na...

 

Seleção brasileira de handebol comemora durante triunfo sobre Montenegro 
 Seleção brasileira de handebol comemora durante triunfo sobre Montenegro



Você já viu a seleção brasileira feminina de handebol em ação nos Jogos de Londres? Se não viu ainda, não perca a chance nesta quarta-feira, às 12h30, na ESPN+ (em HD). O time do Brasil estará diante da equipe britânica, aparentemente a mais fraca do grupo. Chances de goleada. Sexta-feira, no mesmo horário, Rússia x Brasil (na ESPN), duelo das que até aqui têm 100% de aproveitamento no grupo A do torneio olímpico, com duas vitórias cada.

E quais os motivos pelos quais você deve conferir esse time brazuca? São pelo menos dois. Primeiro porque é bom. Vale a pena ver em ação uma equipe competitiva na modalidade que é sempre citada como uma das mais praticada nas escolas do país e, mesmo assim, jamais alcançou o primeiro nível nos certames mundiais. Segundo porque a maneira como se joga handebol pode dar algumas lições aos que apreciam e acompanham futebol. E a alguns que jogam, também.

No handebol o couro come. O jogo é bruto, de muito contato físico, mesmo entre as mulheres. Quem não aguenta o tranco, não encara a porrada, não joga. E as atletas são valentes, corajosas ao extremo. É quase impossível que nos 60 minutos de um jogo ninguém fique caído na quadra (sem simulações!) em algum momento, tamanha a virilidade da disputa. E é esse um dos aspectos que fazem o jogo extremamente disputado, brigado, de técnica e raça.

"No handebol os árbitros não apitam falta no primeiro contato, principalente os europeus. Procuramos não parar quando há esse contato. Nos treinos, estimulamos que se pratique o arremesso mesmo sofrendo a marcação, o empurrão. Do lado defensivo é o contrário, pedimos ao defensor para não parar de marcar até o árbitro apitar", explica Carlos Alberto De Simone, comentarista dos canais ESPN, professor de educação física e ex-jogador da seleção brasileira.

Nesse contexto, num jogo que tem muito corpo-a-corpo, nenhuma das partes reclama. Se o atacante tenta levar o lance até o final, mesmo sendo duramente combatido, ele pode até fazer o gol ou ganhar o tiro de sete metros (o pênalti do handebol). "Se parar, desistir do lance, não fará o gol, nem ganhará a chance no sete metros", explica De Simone. Fica claro que ludibriar um apitador da modalidade é muito mais difícil do que enganar um árbitro de futebol.

E se mesmo assim o atleta simular a falta? O que acontece no handebol quando algum jogador se inspira nos famigerados e insuportáveis "cai-cai" do futebol e joga o corpo ao solo em tom dramático no intuito de conseguir uma faltinha? "O árbitro não vai marcar nada e na próxima jogada o defensor vai bater ainda mais forte porque terá percebido que você é o cara que simula quedas, se joga", acrescenta o comentarista da ESPN.

No jogo Brasil x Montenegro, Maiara caiu logo no começo da peleja e deu um grito. Queria uma falta e dramatizou. "Era a primeira bola do jogo e o árbitro a alertou que se gritasse daquela forma novamente a colocaria para fora", relata De Simone. Mas isso não pode gerar situações nas quais o atleta se lesiona e não é socorrido? "O fair pay no handebol é diferente, quando o cara cai no chão o pessoal para logo o jogo, pois sabe que ali não se simula", afirma.

A experiência internacional fez crescer a seleção. Das 16 convocadas, apenas Jéssica não atua em times europeus. Até a veterana goleira Chana, uma das melhores do mundo, de 33 anos, atua na Dinamarca. O intercâmbio começou há cerca de dez anos, quando a confederação trouxe uma comissao tecnica espanhola. Equipes da Espanha e da Áustria começaram a contratar brasileiras, um novo mercado se abriu. "Elas têm boa tecnica, fisicamente não ficam muito atrás e são mais baratas. Isso fez a seleção evoluir", analisa.

De Simone confirma que o handebol é o esporte mais praticado nas escolas, "pois é fácil de se jogar'. Nas particulares é o primeiro entre crianças e adolescentes de ambos os sexos. Nas instituições publicas, o mais disputado pelas meninas ­ o futsal ganha entre os meninos. Se algum técnico de base no futebol brasileiro quiser eliminar os "cai-cai" de seus elencos, deveria fazer seus jovens atletas jogarem handebol pelo menos no colégio. Eles só teriam a ganhar.


  Mauro Cezar Pereira

NOTA DO BLOG DO PC: Como amante do Handebol e até bem pouco seu praticante, ratifico: sempre quiz dizer isto, principalmente, porque o vedadeiro craque de bola dribla até a falta, como assim fez Pelé.

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