Em
política não existe verdade absoluta. Seria esta uma frase pronta e acabada?
Para o sempre nublado, portanto indefinido, cenário político de Mossoró, RN,
esta frase deveria cair como uma luva perfeita ou, na melhor das hipóteses,
quase perfeita. Sim porque esta conclusão, em forma de bifurcação, só por só,
já mostra a quase verdade oriunda da referida frase inicial.
Basta
observar, por exemplo, a ânsia do velho e persistente grupo/família e seus
respectivos subgrupos políticos, cada um com seu modus faciendi, mas todos eles com isonômica voracidade nas
atuações e, igualmente, nas perenes ocupações dos espaços/cargos cada vez mais
minguados. A divisão em grupos é estratégia para eles e somente eles ocuparem
os espaços/cargos com poder de mando. Não há interesse direto em ocupar cargos
considerados penduricalhos, segundo e terceiro escalões, por exemplo, já que
estes cargos são estrategicamente reservados àqueles que sobrevivem,
conscientemente, mediante relação de vassalagem.
Em
cada eleição observa-se que o bolo (cargos) está ficando pequeno para um número
sempre crescente de pretendentes, via de regra, da mesma família. Afinal, na
política mossoroense, não obstante existirem robustas razões, o que é fato é
que não existe vontade (necessidade) para se discutir competência: sobrenome é
sinônimo de preparo. Eis ai uma frase que mostra uma meia verdade. Não! Em
verdade, mostra uma inverdade.
Não
me recordo, nem nunca li, quando foi que Mossoró elegeu seus representantes
políticos através de eleições que tiveram como pano de fundo uma ampla discussão sobre projetos e
compromissos voltados exclusivamente para o crescimento quantitativo e
qualitativo de Mossoró. Seria esta uma citação com conotação utópica? Em
princípio, pode-se dizer que sim. No entanto, basta contar até cinco (ou seis) para
se concluir que não devemos cobri-la com o manto da impossibilidade.
Para
tanto, basta observar que às eleições municipais deste ano de 2012,
vislumbra-se a possibilidade de existirem três (3) candidaturas ao Poder
Executivo postas para o povo de Mossoró se manifestar, a saber: duas (2) candidaturas
vinculadas à família citada alhures, e que há mais de sessenta (60) anos detém
a hegemonia política do município, e uma terceira candidatura, que tende a ser
envolta por forte apelo popular, cujo nascimento se deu nas hostes do Partido
dos Trabalhadores (PT).
Sem
se deixar levar pelo ímpeto bem assim por manobras de última hora (que quase
sempre terminam por dar uma espécie de descaminho às eleições em Mossoró), o
eleitor, hoje mais do que nunca, precisa votar analisando a proposta defendida
por cada um dos candidatos, sem, no entanto, deixar de vincular cada uma delas
às origens e a prática do respectivo candidato, evitando, assim, tardiamente, perceber
que fora iludido por uma meia verdade e que vai continuar tudo como dantes no
quartel de Abrantes.
*HERBERT MOTA
Advogado
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